OMS alerta para mais de 1 milhão de casos suspeitos de cólera no Iêmen
Segundo Organização Mundial da Saúde, foram notificados 2.227 mortes; agência ajuda em ações de prevenção e tratamento.
Manuel Matola, da ONU News em Nova Iorque.
A Organização Mundial da Saúde, OMS, diz que 2.227 pessoas morreram no Iêmen após contrair cólera. Desde abril, o país já notificou mais de 1 milhão de casos suspeitos da doença.
Segundo a agência da ONU, apesar de uma queda na média semanal denovas infecções, nos últimos três meses, a epidemia continua sendo uma ameaça mesmo com ações para prevenção.
Casos de sucesso
Em nota, a OMS garantiu apoio com medicamentos nos centros de tratamento de desidratação criados no país. Além disso, a agência monitora a situção no terreno, coletando amostras de fezes para testes de laboratório.
Desde o início do surto de cólera em abril, essas ações conseguiram salvar dezenas de milhares de vidas. A agência diz que a taxa de sobreviência dos doentes que conseguem ter acesso os serviços de saúde é de 99,7%.
Difteria
A OMS refere ainda que, desde final de outubro deste ano, o Iêmen têm casos de difteria, que se alastraran rapidamente, afetando 18 das 22 províncias do país. Pelo menos 333 foram diagnosticados em duas regiões do Iêmen.
A difteria é uma doença altamente infecciosa, mas evitável por vacina. Pode ser tratada com antitoxinas e antibióticos, que são escassos no país.
Prioridade
A OMS e o Ministério da Saúde iemenita além de parceiros atuam para conter o surto da difteria.
Na quinta-feira, o Fundo da ONU para a Infância, Unicef, entregou cerca de 6 milhões de doses de vacinas essenciais para proteger milhões de crianças em risco de contrair doenças preveníveis, incluindo o surto de difteria.
Em novembro, a OMS, o Unicef e os parceiros vacinaram 8,5 mil crianças menores de cinco anos nos distritos de al-Saddah e Yarim na província de Ibb, onde foram diagnosticados a maioria dos casos de difteria.
A situação no Iêmen é agravada pelo conflito entre as forças pró-governamentais e os insurgentes houthis. Segundo a ONU, esta é a maior crise humanitária do mundo. Mais de 20 milhões precisam de ajuda urgente.