Conselheiro especial espera consensos em Astana para envio de ajuda aos sírios
ONU quer que diálogo priorize apoio a milhares de pessoas em áreas sitiadas; expectativa é que encontros impulsionem ação humanitária no país que entra no sétimo ano do conflito.
Eleutério Guevane, da ONU News em Nova Iorque.*
O conselheiro das Nações Unidas sobre a Síria declarou esta quinta-feira que a situação em “2017 foi ainda pior” em muitos aspetos do conflito do país, se comparada aos anos anteriores.
Jan Egeland revelou que a guerra obrigou a 2,6 milhões de deslocamentos em contraste com os 2 milhões do ano passado. As declarações foram feitas em Astana, no Cazaquistão, no início da nova ronda de negociações sobre a Síria, que também envolvem a Rússia, a Turquia e o Irão.
Deslocados
O responsável afirmou que para 2018, as famílias sírias discutem se tentam retornar ou não ao país, e se na condição de refugiados ou deslocados internos. O conselheiro citou dados de uma pesquisa indicando que metade dos deslocados não decidiu se tentará retornar ou não à Síria.
Egeland quer que seja feito mais no próximo ano, tanto a nível de segurança como no fornecimento de instalações para o regresso dos sírios ao seu país.
O representante destacou que em dezembro, a ONU não chegou às pessoas das áreas sitiadas. A expectativa é que o diálogo em Astana possa ajudar a acabar com a violência no leste de Ghouta onde cerca de 400 mil pessoas estão sitiadas.
Luz Verde
O coordenador disse haver comboios de auxílio das Nações Unidas que aguardam a “luz verde do governo da Síria” para o acesso à área onde os preços dos alimentos estão oito vezes mais altos que em agosto.
O representante revelou que várias pessoas que deviam ser evacuadas perdem a vida entre as 495 que faziam parte das listas prioritárias para evacuações médicas.
O conselheiro humanitário citou a Rússia, o Irão, a China, o Egito, a Argélia e o Iraque como nações que poderiam contribuir com a sua influência no processo.
Ele disse que a saída do que chama “pântano” do conflito sejam acordos políticos. A expectativa é que os encontros dos próximos dias em Astana tragam “algum tipo de impulso para uma mudança no lado humanitário”.
*Apresentação: Denise Costa.
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