Apelo global quer apoiar proteção social em países subdesenvolvidos
Manuel Matola, da ONU News em Nova Iorque.
A Organização Internacional do Trabalho, OIT, lançou um apelo global para receber doações de entidades privadas para, até 2030, apoiar a proteção social básica a 400 milhões de pessoas em países em desenvolvimento.
Atualmente, 55% da população mundial não tem acesso à proteção social.
Resultados tangíveis
A iniciativa da OIT foi primeiramente lançada em 2016 com objetivo de cobrir milhões de pessoas excluídas da proteção social. Até ao momento, o programa alcançou resultados satisfatórios em 14 dos 21 países-alvo.
Esta terça-feira, a OIT divulgou uma nota em que diz pretender expandir o programa para todo o mundo. Para atingir a meta, a agência da ONU vai precisar de coletar US$ 30 milhões para cobrir o défice.
Exemplo
Caso o programa de expansão da proteção social de saúde a todos os trabalhadores fosse desenvolvido apenas no Camboja iria beneficiar, por exemplo, 1,1 milhão de famílias.
A diretora do Departamento de Proteção Social da OIT, Isabel Ortiz, afirmou que, quando as pessoas têm acesso à proteção social, elas mudam suas vidas. A responsável lembrou que apesar de a proteção social ser algo de que a maior das pessoas gostaria de ter “ainda assim, continua a ser um privilégio para muito poucos”.
Moçambicana Regina
Ortiz dá o exemplo de Regina, uma idosa moçambicana, residente numa pequena aldeia, que mudou de vida depois que passou a beneficiar da pensão de velhice.
Anteriormente, Regina vivia à base de apoio de vizinhos e amigos. Mas desde 2010, tornou-se beneficiária da pensão social do Estado moçambicano. Com o subsídio mensal que recebe, a idosa, que cuida do neto, compra arroz, açúcar e sal e cobrir os custos de transporte para o hospital.
Parceria
Na nota, a diretora do Departamento de Proteção Social da OIT cita a Regina a dizer: “no dia em que recebo o meu subsídio, sou alguém”.
As contribuições que a agência da ONU pretende obter de entidades privadas vão ser geridas pela OIT em parceria com a organização filantrópica King Baudouin, através de um Fundo de Proteção Social.
Mais de 90% de cada doação será canalizada diretamente para construir sistemas sustentáveis de proteção social nos países em desenvolvimento.
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