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Nigéria baixa pela metade número de pessoas que passam fome no nordeste

Nigéria baixa pela metade número de pessoas que passam fome no nordeste

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FAO revela que vítimas de insegurança alimentar em áreas afetadas pelos terroristas Boko Haram reduziram de 5,2 milhões para 2,6 milhões; agência aposta em distribuir sementes para aumentar produção local.

Eleutério Guevane, da ONU em Nova Iorque.*

A Nigéria reduziu de forma significativa o número de pessoas que passam fome desde o início da crise das milícias Boko Haram nos estados nordestinos mais afetados pelas ações terroristas.

Entre junho e agosto a taxa de insegurança alimentar diminuiu em 50%. A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO,  declarou que a baixa foi de 5,2 milhões para 2,6 milhões de pessoas.

Assistência

A agência celebra o que chama “grande passo adiante” que ocorreu graças a melhoria na situação de segurança em geral e ao aumento da ajuda humanitária e de subsistência dada pelo governo e pelos seus parceiros a longo prazo.

No entanto, a FAO adverte no seu Quadro Harmonizado de Segurança Alimentar que se não houver assistência constante e oportuna todas as boas ações poderão sofrer rapidamente um revés.

Estoques

Mais de 3,5 milhões de pessoas podem voltar novamente a sofrer carência alimentar aguda, incluindo risco de fome até agosto.

Pelo menos 1 milhão de refugiados, retornados e comunidades anfitriãs receberam sementes de feijão-frade, milho, sorgo, vegetais e fertilizantes na última estação chuvosa até setembro quando os estoques alimentares baixos.

Transição

A FAO busca aumentar ainda mais a produção local através da distribuição de sementes de vegetais, kits de agricultura, fertilizantes e equipamentos de irrigação para cerca de 780 mil pessoas nos três estados.

A ideia é que as populações tenham comida suficiente no fim da temporada de colheitas e na transição das comunidades para a estação seca e para a nova fase de plantio.

A violência afetou agricultores do nordeste, que além de fugir tiveram que passar por um período seco e questões como inundações. Em vários outros campos as safras foram infectadas por pragas.

A FAO destaca que o apoio dado desde a estação chuvosa até a seca “capacita as comunidades vulneráveis a resistir, fortalece a capacidade de cultivo de culturas básicas e comerciais e reduz a necessidade de assistência alimentar”.

*Apresentação: Denise Costa.

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A FAO busca aumentar ainda mais a produção local através da distribuição de sementes de vegetais. Foto: FAO/Desmond Kwande