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No Dia Mundial de Combate à Aids, ONU alerta sobre situação de homens

No Dia Mundial de Combate à Aids, ONU alerta sobre situação de homens

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Relatório do Programa Conjunto das Nações Unida sobre HIV/Aids, Unaids, diz que soropositivos do sexo masculino têm menos chance de receber tratamento e mais propensos a morrer de doenças relacionadas à infecção.

Monica Grayley, da ONU News em Nova Iorque.

Neste 1º de dezembro, as Nações Unidas marcam o Dia Mundial de Combate à Aids.

Atualmente, existem 36,7 milhões de pessoas que vivem com a infecção.

Num novo relatório para marcar a data, o Programa Conjunto da ONU sobre HIV/Aids, Unaids, faz um alerta sobre a situação de homens que vivem com o HIV.

Terapia

Segundo a agência, eles têm menos chance de receber tratamento e são mais propensos a morrer de doenças relacionadas à infecção.

O relatório foi lançado em Ottawa, no Canadá, e em Genebra, na Suíça. Os homens, por exemplo, têm menos chances de fazer o teste de HIV e por isso ficam sem acesso à terapia antirretroviral com maior oportunidade de morrer da doença do que as mulheres.

A agência afirma que menos da metade dos homens soropositivos estão em tratamento, em comparação a 60% das mulheres. Os homens também tendem a começar a terapia antirretroviral tarde, interrompem os cuidados médicos e não dão seguimento.

O diretor-executivo do Unaids, Michel Sidibé, afirmou que responder às desigualdades que mulheres e meninas, que estão sob risco do HIV, sofrem é uma das prioridades da agência. Mas segundo ele, os homens são uma grande preocupação pela falta de acesso ao tratamento.

Triplo dividendo

Na África Subsaariana, por exemplo, homens e meninos que vivem com o vírus têm 20% menos chance de conhecer o seu diagnóstico que as mulheres. A porcentagem de homens vivendo com o vírus, que têm tratamento, no oeste e centro da África era de 25%. Pacientes sem tratamento têm mais propensão de repassar o vírus.

Sidibé fala em triplo dividendo para homens que vivem com HIV e que procuram tratamento: ele se protegem, protegem parceiros sexuais e ainda as suas famílias.

E quanto à prevenção, o relatório revela que na África Subsaariana, o uso de preservativos com parceiros não-regulares é mais baixo entre homens mais velhos.

Cerca de 90% dos homens entre 55 e 59 anos não usaram proteção.

Já no sul e no leste da África, 60% de todas as novas infecções entre adultos ocorreram entre homens.

Ações globais

O Unaids está liderando as ações globais para acabar com a Aids como uma ameaça de saúde pública até 2030 como parte dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.

Segundo o Unaids, até junho de 2017 cerca de 20,9 milhões de pessoas tinham acesso à terapia antirretroviral.

No ano passado, cerca de 1,8 milhão de pessoas foram infectadas com o HIV, uma queda de 39% em relação ao pico da epidemia no fim dos anos 90. Em 2016, cerca de 1 milhão de pessoas morreram de doenças relacionadas à Aids.

Duração do áudio
1'35"
Photo Credit
Foto: Unaids