Ataques a boinas-azuis da ONU podem ser crimes de guerras e sujeitos a sanções
Monica Grayley, da ONU News em Nova Iorque.
Os ataques ocorridos à Missão de Paz das Nações Unidas no Mali, Minusma, na sexta-feira são ultrajantes e podem ser considerados crimes de guerra de acordo com a lei internacional. A declaração consta de uma nota emitida pelo vice-porta-voz do secretário-geral da ONU.
António Guterres condenou os atentados às regiões de Menaka e Mopti que mataram quatro boinas-azuis e deixaram 21 feridos, alguns em estado grave.
Conselho de Segurança
Em Menaka, os boinas-azuis foram atacados quando faziam a patrulha de uma região para proteger os moradores. A operação estava sendo realizada em parceria com os integrantes das Forças Armadas malianas. Houve troca de tiros e alguns dos autores do atentado morreram.
Dentre os feridos está um civil que presta consultoria à Missão.
Já em Mopti, houve um atentado a um comboio da ONU. Em nota, separada o Conselho de Segurança pediu uma investigação imediata e condenou, nos termos mais fortes, a agressão aos boinas-azuis. O órgão lembrou que o terrorismo em todas as suas formas é uma das ameaças mais sérias à paz e à segurança internacionais.
O secretário-geral prestou condolências aos governos de Burkina Fasso, Mali e Níger e expressou seus sentimentos às famílias das vítimas. Guterres também desejou uma pronta recuperação aos feridos.
Dedicação
O chefe da ONU lembrou a dedicação de "homens e mulheres valentes" que implementam o mandato da Missão de Paz, além dos membros das Forças Armadas malianas que atuam num ambiente difícil com desafios de segurança crescentes.
Ele encerrou a nota dizendo que os autores desses ataques estarão sujeitos a sanções, uma vez que os mesmos podem constituir crimes de guerra. Ele reafirmou o apoio das Nações Unidas ao povo do Mali em sua busca pela paz e a estabilidade no país e na região do Sahel.