Especialistas dizem que Camarões tem que incluir anglófonos em diálogo
Monica Grayley, da ONU News em Nova Iorque.*
Pelo menos 17 pessoas podem ter morrido e dezenas foram feridas e presas durante uma manifestação em regiões de língua inglesa em Camarões desde 1º de outubro.
As tensões estão ocorrendo no sudoeste e noroeste do país africano contra a minoria que fala inglês. Os anglófonos reclamam de discriminação e marginalização especialmente no serviço público, onde o francês é exigido e falado pela maioria.
Toque de recolher
Em comunicado conjunto, um grupo de especialistas em direitos humanos afirmou que o governo camaronês tem que envolver representantes anglófonos num diálogo político que possa levar ao fim do impasse.
Além disso, as autoridades locais devem conter a violência na região, onde as violações de direitos humanos da população de língua inglesa estão acontecendo.
Os peritos instaram o governo a adotar as medidas necessárias e cabíveis de acordo com a Constituição para acabar com a crise.
Os relatores também disseram estar perturbados com notícias de uma série de ações por parte de autoridades nacionais como toque recolher, proibição de reuniões e outras restrições a protestos pacíficos.
Redes sociais
A população anglófona também estaria sendo algo de uso excessivo da força, prisões em massa, torturas e maus tratos.
Um bloqueio à internet e ao acesso a plataformas de redes sociais tem isolado os manifestantes, uma medida que já havia sido condenada.
Os especialistas pediram uma investigação imediata das violações cometidas. Desde dezembro passado, o grupo tem manifestado sua preocupação ao governo de Camarões sobre o assunto.
* Especialistas reportam ao Conselho de Direitos Humanos, eles são independentes e não recebem pagamento pelo trabalho prestado.