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Preços dos alimentos baixaram 1,3% em outubro

Preços dos alimentos baixaram 1,3% em outubro

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Categoria dos cereais contrariou tendência de queda dos custos de todos os outros grupos de produtos alimentares; queda do real brasileiro influencia baixa de preços do açúcar.

Eleutério Guevane, da ONU News em Nova Iorque.

O Índice de Preços dos Alimentos atingiu 176,4 pontos em outubro, baixando 1,3% em relação a setembro.

Para a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO, o resultado mostra uma queda ligeira de preços dos alimentos provocada pela baixa dos custos de todos os produtos alimentares exceto dos cereais.

Recorde de 2011

O indicador mensal revela, entretanto, que os valores da comida estão 2,5% mais altos do que em outubro de 2016 e 27% abaixo do recorde de fevereiro de 2011. A avaliação inclui as categorias de cereais, de oleaginosas, de produtos derivados do leite, das carnes e do açúcar.

A agência revelou que as commodities agrícolas saíram de um período altamente volátil esperando-se que permaneçam estáveis na próxima década.

Ao caírem 4,2%, os preços dos laticínios foram os que mais baixaram em outubro. Os importadores “seguraram os gastos”, aguardando novos fornecimentos. O leite em pó desnatado foi pressionado pela baixa demanda.

Brasil

O Índice de Preços dos Alimentos cita o Brasil ao apontar a queda do valor do açúcar a nível global para 7% em outubro, em relação ao mês anterior. O valor é 36% mais baixo que no ano passado.

Fatores como a perda do valor da moeda brasileira, o real, aumentam a possibilidade de mais exportações e pesam sobre os preços internacionais.

De acordo com a FAO, a razão tem maior peso especialmente num momento de desaceleração significativa nas compras feitas pela China por causa do aumento de tarifas de importação.

A expectativa da agência é que haja um equilíbrio nos mercados de cereais entre 2017 e 2018, o que faz prever que a produção global seja ligeiramente maior que a safra recorde do ano passado devendo atingir pouco mais de 2,6 bilhões de toneladas.

A previsão da agência é que produção recorde de grãos seja impulsionada pelo aumento na América do Sul e na África Austral, além da estabilidade na produção global de arroz.

Entretanto, a produção de trigo deve baixar 1% em relação ao ano passado para 752,8 milhões de toneladas. Entre as razões estão a fraca colheita e a perspetiva da queda da produção nos Estados Unidos e na Australiana.

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Foto: Banco Mundial/Julio Pantoja