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Comissão de inquérito alerta sobre “alto número” de mortes entre rohingyas

Comissão de inquérito alerta sobre “alto número” de mortes entre rohingyas

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Declaração foi dada por Missão Internacional Independente sobre Mianmar, que terminou seus trabalhos nesta sexta-feira; eles visitaram vítimas da violência que se refugiaram no país vizinho, Bangladesh.

Eleutério Guevane, da ONU News em Nova Iorque.

A Missão Internacional Independente sobre Mianmar afirmou, nesta sexta-feira, que o número de rohingyas mortos pela violência no estado de Rakhine “pode ser extremamente alto”.

A declaração foi feita num comunicado do grupo após concluir uma investigação sobre a chamada “operação de limpeza étnica” contra a minoria rohingya.

Minoria

Após entrevistas realizadas em Bangladesh, os especialistas relatam um “padrão de ação consistente e metódico que resulta em graves violações dos direitos humanos afetando centenas de milhares de pessoas”, ao comentar as operações militares. Mais de 600 mil pessoas fugiram do estado de Rakhine.

De acordo com os investigadores, vários refugiados rohingya falaram de casos de “homicídio, tortura, violação e incêndio”, que teriam sido cometidos por tropas birmanesas.

Em Bangladesh, os especialistas conversaram com vítimas que vivem em acampamentos como Kutapalong, Nayapara e Balukhali. A visita também incluiu contactos com funcionários do governo, diplomatas e ONGs.

Os dados “serão submetidos a um processo meticuloso de verificação e análise legal antes de serem apresentados”, como parte de um relatório preliminar que deve ser publicado em março. O informe final será entregue ao Conselho de Direitos Humanos em setembro de 2018.

Clareza

Entretanto, o Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, anunciou que trabalha para ter clareza sobre a dimensão da desnutrição aguda entre os crianças refugiadas rohingya em Bangladesh.

A agência desenvolve um estudo sobre a situação nutricional e deverá revelar os dados em novembro.

Apesar de a campanha de vacinação contra a cólera ter superado as metas de 650 mil pessoas, o Unicef alertou que o risco de infeção por doenças diarreicas e disenteria continua muito alto.

Já o Programa Mundial de Alimentação, PMA, disse ter recebido luz verde para retomar as suas operações de assistência alimentar no norte de Rakhine  onde não tem acesso desde agosto passado.

A agência disse que atualmente coordena os detalhes das operações com o governo de Mianmar.

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Vídeo: Andrew Lind 

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Foto: Acnur/ Roger Arnold