PMA reduz assistência a refugiados no Quênia devido à falta de recursos
Corte em porções alimentares será de té 30% para 420 mil refugiados vivendo nos campos de Dadaab e Kakuma no norte do país; agência da ONU precisa urgentemente de US$ 28,5 milhões para assistência adequada nos próximos seis meses.
Laura Gelbert Delgado, da ONU News em Nova Iorque.
O Programa Mundial de Alimentos, PMA, cortará porções alimentares em até 30% para 420 mil refugiados vivendo nos campos de Dadaab e Kakuma no norte do Quênia. O motivo é a falta de financiamento suficiente.
A representante da agência da ONU no país, Annalisa Conte, afirmou que o PMA precisa urgentemente de US$ 28,5 milhões para cobrir de forma adequada as necessidades de assistência alimentar para os refugiados nos próximos seis meses”.
Assistência
Conte destacou que, trabalhando junto com a Agência da ONU para Refugiados, Acnur, e outros parceiros, o PMA age para atender as necessidades alimentares e de nutrição de deslocados e outros grupos vulneráveis. Ela pediu que sejam tomadas “todas as medidas necessárias para acabar com conflitos e criar condições para que refugiados retornem para suas casas em segurança”.
O PMA fornece assistência para refugiados no Quênia com uma combinação de comida e transferência em dinheiro feita por telefones celulares. Os recursos são usados para comprar alimentos frescos de comerciantes locais.
Neste mês, o PMA começará a reduzir a porção de alimentos. Não haverá alterações nas transferências em dinheiro. De forma geral, os refugiados vivendo nos campos de Dadaab e Kakuma receberão o equivalente a 70% de suas necessidades.
Grávidas
Além disso, a agência não fornecerá farinha fortificada à população geral já que o restante dos estoques, que estão baixos, será priorizado para mulheres grávidas ou amamentando. O PMA alerta, no entanto, que a medida poderá levar a um aumento nos índices de desnutrição entre refugiados.
A chefe da agência no Quênia afirmou que os cortes nas porções são um “último recurso” e ela disse esperar que sejam também uma “medida de curto prazo” enquanto continuam a apelar por assistência da comunidade internacional.
Annalisa Conte ressaltou que uma interrupção abrupta na assistência alimentar seria “arrasadora” para os refugiados, já que a maioria deles depende do PMA para suas refeições diárias.
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