Nigéria: gestantes estão em maior risco de contrair cólera em Borno
Unfpa fala de perigos de desidratação entre pacientes do estado nigeriano; centros especiais lidam com casos mais graves e equipas de vigilância atuam de porta-a-porta.
Eleutério Guevane, da ONU News em Nova Iorque.*
O Fundo da ONU para a População, Unfpa, pediu mais verbas para responder ao surto de cólera no estado nigeriano de Borno. A agência reitera que é preciso evitar que a doença se espalhe para outras áreas de alto risco.
As Nações Unidas e os seus parceiros já tinham lançado um apelo urgente de US$ 9,9 milhões para combater o surto, iniciado em agosto, que ameaça comunidades afetadas pela crise humanitária. Já foram notificados 3.466 casos suspeitos e 53 óbitos.
Crise
A agência atua com os profissionais de saúde, a comunidade e assistentes sociais em vários acampamentos de deslocados para que mulheres e meninas tenham maior inclusão nas ações de educação sobre cólera, com ênfase para gestantes.
O Unfpa também está envolvido com profissionais de saúde para identificar mulheres e meninas vulneráveis incluindo grávidas, para que sejam encaminhadas para receber cuidados adequados.
A agência diz haver particular risco de a doença afetar grávidas por causar níveis perigosos de desidratação.
Comunidades
A violência causada pela ação do grupo terrorista Boko Haram criou interrupções no funcionamento de instalações de saúde e saneamento e deixou 1,7 milhão de deslocados nos estados de Borno, Adamawa e Yobe.
Muitos afetados vivem em acampamentos ou comunidades de acolhimento onde a ação das autoridades da saúde e dos seus parceiros permite tratar os pacientes e prevenir a propagação da doença.
Vários centros foram criados para lidar com os casos mais graves de cólera e as equipes de vigilância deslocam-se de porta-a-porta em busca de pessoas que precisam de tratamento.
*Apresentação: Monica Grayley.