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Unesco: mais de metade das crianças e jovens “não estão aprendendo”

Unesco: mais de metade das crianças e jovens “não estão aprendendo”

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Relatório global da agência da ONU divulgado nesta quinta-feira alertou que cerca de 617 milhões não estão alcançando níveis mínimos de proficiência em leitura e matemática; na África Subsaariana, 202 milhões de crianças e adolescentes não estão aprendendo essas matérias fundamentais.

Laura Gelbert Delgado, da ONU News em Nova Iorque.

Cerca de 617 milhões de crianças e adolescentes em todo o mundo não estão alcançando níveis mínimos de proficiência em leitura e matemática, alertou nesta quinta-feira um relatório da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, Unesco.

O estudo da agência assinala uma “crise de aprendizagem” que poderia ameaçar o progresso nos objetivos globais de desenvolvimento.

Leitura e matemática

Para a diretora do Instituto de Estatística da Unesco, Silvia Montoya, os números são chocantes tanto em termos de “desperdício de potencial humano quando para as perspectivas de alcance do desenvolvimento sustentável”.

O relatório sugere que cerca de 387 milhões de crianças em idade escolar, ou 56%, e 230 milhões de adolescentes em idades para os primeiros anos do ensino médio, ou 61%, não obtiveram níveis mínimos de proficiência em leitura e matemática.

África

Na África Subsaariana, 202 milhões de crianças e adolescentes não estão aprendendo essas matérias fundamentais. Cerca de 90% das crianças com idades entre seis e 14 anos não atingiram índices mínimos de proficiência em leitura e matemática.

As regiões da Ásia Central e do Sul têm o segundo índice mais alto, com 81% ou 241 milhões de pessoas.

Surpreendentemente, dois terços das crianças que não estão aprendendo estão na escola. Das 387 milhões de crianças em idade para escola primária que não conseguem ler com eficiência, 262 milhões estão frequentando as salas de aula. A situação é a mesma para 137 milhões de adolescentes.

Problemas comuns

O relatório indica que, junto com a falta de acesso à escola e a falha em manter crianças nas salas de aula, a baixa qualidade da educação está entre os três problemas mais comuns.

Para a especialista da Unesco, os novos dados são um alerta para mais investimento na qualidade da educação.

O Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 4 marca o compromisso dos governos de garantir uma “educação inclusiva, equitativa e de qualidade, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos”.

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Jovens em uma sala de aula. Foto: Deshan Tennekoon/World Bank.