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Aumentar a resposta à crise no Iêmen tornou-se “obrigação moral”

Aumentar a resposta à crise no Iêmen tornou-se “obrigação moral”

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Monica Grayley, da ONU News em Nova Iorque.

A grave situação no Iêmen é o título de um artigo de opinião assinado pelo ex-chefe da ONU para Assuntos Humanitários, Stephen O’Brien. Segundo ele, aumentar a resposta à crise no país tornou-se uma obrigação moral.

No texto, também redigido pela ministra das Relações Exteriores da Suécia, Margot Wallström, e pelo chefe da diplomacia da Suíça, Didier Burkhalter, o grupo alerta para o que chamou de ameaça tripla de conflito, cólera e o risco de fome no Iêmen.

500 mil afetados

Os autores também afirmam que 21 milhões de pessoas estão em risco no país por causa da grave situação que inclui o pior surto de cólera do mundo com mais de 500 mil pessoas afetadas e 2 mil mortes. Deste total, 40% são crianças.

Para O’Brien a crise no Iêmen foi produzida por mãos humanas.

Desde março do ano passado, o Escritório de Direitos Humanos da ONU documentou 5110 mortes e 8719 feridos.

Os combates e bombardeios desabrigaram milhões de pessoas e destruíram casas, escolas e mercados além de vilarejos inteiros.

Banco Central

Cerca de 70% do comércio pararam de funcionar e um milhão de servidores iemenitas não recebem salário há mais de 10 meses, ainda que haja fundos no Banco Central do país para pagar o pessoal.

O conflito no Iêmen também forçou 2 milhões de crianças a deixarem a escola e causou um aumento em casos de violência sexual.

Com todos esses desafios, 122 organizações humanitárias, sendo dois terços ONGs, aumentaram a resposta à crise.

Elas estão levando assistência alimentar a 4,3 milhões de iemenitas todos os meses.

Mas de acordo com o artigo de opinião, assinado pelo ex-chefe de Assistência Humanitária da ONU, isso ainda não é suficiente.

Em abril deste ano, os governos da Suécia e da Suíça, cujos chanceleres também assinam o texto, abrigaram uma conferência de doares para o país. Ali, foram prometidos US$ 1,1 bilhão. Até agora, foram liberados três quartos da quantia.

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Foto: Unicef/Fuad