Forças do Brasil dizem adeus ao Haiti
País lusófono liderou tropas internacionais desde 2004; comandante destaca ação humanitária, combate às gangues e apoio ao processo eleitorais como parte do legado da atuação no país.
Eleutério Guevane, da ONU News em Nova Iorque.
As tropas brasileiras dizem adeus esta quinta-feira à operação de 13 anos na Missão das Nações Unidas no Haiti, Minustah.
Falando à ONU News, de Porto Príncipe, o comandante das forças da operação de paz, Ajax Porto Pinheiro, destacou as marcas da presença brasileira no país caribenho.
Rumos
“Missão cumprida. Nós estamos saindo na hora certa. Nós ajudamos o Haiti a alçar rumos mais altos. Eu costumo dizer que é como se nós tivéssemos treinado juntos. Nós e eles preparamos o avião para decolar. Eles vão descolar agora. Nós partimos tristes porque a missão está se encerrando. É um duplo sentimento de tristeza e, ao mesmo tempo, de felicidade por ter cumprido a missão que nos foi delegada pelas Nações Unidas”.
O momento em que vai descer a bandeira do Brasil na operação de paz marca o fim da saída gradual de contingentes de vários países na sequência da resolução do Conselho de Segurança que extingue a missão a 15 de outubro.
No dia seguinte entrará em ação a nova missão com a sigla Minusjusth cujo foco será para o apoio ao Estado de direito, à polícia e aos direitos humanos no Haiti.
Para o general Ajax Porto Pinheiro, a imposição da ordem após o controlo de gangues em áreas haitianas é somente uma parte do papel das tropas de paz, que incluiu o apoio aos processos eleitorais.
Eleições
“São três eleições presidenciais. A última encerrou agora com a assumpção do presidente em 7 de fevereiro. O início das operações, os atritos depois de 2010, a ajuda humanitária e o ataque às gangues novamente. As três eleições presidenciais, o grande trabalho que se teve após o furacão que atingiu o país em 4 de outubro do ano passado. Se eu tivesse que sintetizar, além de todo um trabalho anônimo que foi feito, esses seriam os quatro grandes marcos que nós tivemos na missão.”

O país lusófono assumiu o comando militar das tropas internacionais no Haiti desde o início da missão que tinha como mandato acabar com a violência e com a instabilidade política no país.
Mais de 150 voluntários das Nações Unidas e cerca de 1 mil funcionários civis haitianos trabalharam na operação de paz.
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