Comité da ONU quer que governo dos EUA condene discursos racistas
Violência recente na cidade universitária de Charlottesville levou especialistas a pronunciar-se sob mecanismo de “alerta precoce e ação urgente”; grupo monitora Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial.
Eleutério Guevane, da ONU News em Nova Iorque.
O Comité da ONU sobre a Eliminação da Discriminação Racial pediu aos Estados Unidos, seus políticos de alto nível e funcionários públicos que rejeitem e condenem os discursos racistas de ódio e crimes ocorridos em Charlottesville.
Os especialistas que verificam a implementação da Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial defendem que “não deveria haver lugar para racistas no mundo " em nota emitida esta quarta-feira, em Genebra.
Alerta Precoce
O pronunciamento foi emitido ao abrigo do procedimento de “alerta precoce e ação urgente” do Comité. O grupo sublinha que ideias da supremacia branca ou ideologias semelhantes rejeitam os princípios essenciais de direitos humanos, da dignidade humana e da igualdade.
A presidente do Comité, Anastasia Crickley, expressou alarme “com manifestações racistas, slogans, cantos e saudações abertamente racistas por nacionalistas brancos, neonazistas e Ku Klux Klan, promovendo a supremacia branca e incitando a discriminação racial e o ódio”.
O Comité pede uma investigação criminal ao condutor do veículo que atropelou uma multidão de manifestantes pacíficos provocando a morte da jovem manifestante Heather Heyer.
Causas Profunda
O outro apelo é que as autoridades “tomem medidas concretas para abordar as causas profundas da proliferação de tais manifestações racistas. "
Crickley sublinha que o governo dos Estados Unidas deve investigar “minuciosamente o fenómeno da discriminação racial visando, em particular, pessoas de descendência africana, minorias étnicas, etnoreligiosas e migrantes”.
Na decisão feita ao abrigo do seu mecanismo de alerta precoce, o Comité pede ao governo norte-americano que garanta “que os direitos à liberdade de expressão, associação e reunião pacífica não sejam exercidos para destruir ou negar os direitos e liberdades de outros”.
Outro apelo é que sejam oferecidas garantias necessárias de que “tais direitos não sejam usados de forma indevida para promover discursos de ódio e crimes racistas”.
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