Perspectiva Global Reportagens Humanas

“Ignorância é nossa inimiga”, diz chefe da Unesco

“Ignorância é nossa inimiga”, diz chefe da Unesco

Baixar

Em mensagem para o Dia Internacional de Lembrança do Tráfico de Escravos e sua Abolição, diretora-geral ressaltou que todos devem saber a “escala dos crimes do tráfico de escravos” e a luta que levou a sua abolição para que possam ser criadas sociedades mais justas e livres.

Laura Gelbert Delgado, da ONU News em Nova Iorque.

Esta quarta-feira, 23 de agosto, é o Dia Internacional de Lembrança do Tráfico de Escravos e sua Abolição.

Segundo a Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, Unesco, o dia busca “lembrar a importância crucial da transmissão da história a fim de iluminar a luta contra todas as formas de opressão e racismo”  atualmente.

Ignorância e conhecimento

Em sua mensagem sobre a data, a chefe da Unesco, Irina Bokova, afirmou que a ignorância é inimiga de todos.

Bokova ressaltou que todos devem saber a “escala dos crimes do tráfico de escravos”, as milhões de vidas que foram perdidas e o impacto no destino dos continentes até os dias de hoje.

Ela defendeu que todos devem estar plenamente informados sobre a luta que levou a sua abolição, para que juntos todos possam criar sociedades mais justas e, então, mais livres.

Liberdade

Segundo a chefe da Unesco, ao proclamar a Década Internacional dos Afrodescendentes (2015-2024), a Assembleia Geral das Nações Unidas espera “erradicar a injustiça social que é um legado dessa história e combater o racismo e a discriminação racial”.

Para Irina Bokova, “liberdade de direitos, conquistada com dificuldade pela força, deve ser traduzida em liberdade real através de políticas públicas que garantam aos afrodescendentes o pleno exercício de igualdade econômica, social e política e plena e igual participação na sociedade”.

Angola, Brasil e Haiti

Ela disse que, nesse espírito, em sua sessão mais recente, a Comissão do Patrimônio Mundial aprovou a inclusão em sua Lista Mundial o centro histórico de Mbanza Kongo, em Angola, e o sítio arqueológico do Cais do Valongo, no Rio de Janeiro, no Brasil, assim “reconhecimento seu valor universal excepcional”.

O Dia Internacional de Lembrança do Tráfico de Escravos e sua Abolição marca o aniversário da insurreição, em 1791, de homens e mulheres escravizados na parte oeste da ilha de Santo Domingo e que levou à criação e independência do Haiti.

Notícias Relacionadas:

Guterres: "descendentes de escravos deixaram sua marca"

"Escravidão não é coisa do passado", alerta chefe da ONU

Data mundial coincide com lançamento da Década dos Afrodescendentes

 

Photo Credit
O Dia Internacional de Lembrança do Tráfico de Escravos e sua Abolição é 23 de agosto. Foto: ONU/ Mark Garten.