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“Precisamos acatar as lições da História” diz Guterres sobre Península Coreana

“Precisamos acatar as lições da História” diz Guterres sobre Península Coreana

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Secretário-geral da ONU afirmou que as tensões relacionadas à região chegaram a níveis jamais vistos em décadas; ele pediu que o governo e a oposição na Venezuela retomem o diálogo e condenou atos de racismo e xenofobia ao ser perguntado sobre a violência em Charlottesville, no fim de semana.

Monica Grayley, da ONU News em Nova Iorque.

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, concedeu uma entrevista a correspondentes estrangeiros na sede da ONU, em Nova Iorque, e começou falando sobre a tensão na Península Coreana.

Ele lembrou que mais de 3 milhões de pessoas morreram na Guerra da Coreia, 67 anos atrás. Para Guterres é preciso acatar as lições da História e não repetir os erros.

O chefe da ONU lembrou que o Conselho de Segurança adotou, de forma unida, a resolução 2371 no último dia 5 enviando uma mensagem clara sobre as obrigações de paz e segurança da Coreia do Norte.

Implementação

Guterres afirma que é papel dele como secretário-geral apoiar a implementação abrangente das resoluções do Conselho incluindo a relacionada a este tema.

O secretário-geral disse que existe uma oportunidade de exercer o diálogo, a diplomacia e de utilizar as várias formas de se alcançar este objetivo. Ele voltou a afirmar que está à disposição dos representantes de todas as partes envolvidas neste processo para ajudar no que for necessário.

Ele elogiou o engajamento dos países-membros e disse que a Coreia do Norte deve participar deste engajamento de construção de medidas de confiança e da desnuclearização da Península Coreana.

Autoritarismo

Para o chefe da ONU, a solução para esta crise tem que ser política. Ele afirmou que as consequências de uma ação militar são horríveis demais para sequer serem contempladas.

Após comentar a situação na Coreia do Norte, António Guterres respondeu a algumas perguntas também sobre outras partes do mundo como a violência na Venezuela. E diz que apoia os esforços para as negociações e pediu ao governo e à oposição que voltem à mesa de diálogo.

O chefe da ONU diz estar claro que a América Latina lutou com sucesso nas últimas décadas para se libertar de intervenções estrangeiras e do autoritarismo e que esse legado tem que ser conservado.

Ao ser perguntado sobre a violência em Charlottesville, nos Estados Unidos, durante o fim de semana. Guterres disse que reafirma princípios. E que esses são claros.

Direitos Humanos

Segundo o chefe das Nações Unidas, o racismo, a xenofobia, o antissemitismo e a islamofobia estão envenenando a sociedade e que é preciso combatê-los em qualquer lugar e durante todo o tempo.

António Guterres respondeu à pergunta de um jornalista sobre o assassinato de dois especialistas em direitos humanos na República Democrática do Congo.

Falando em francês, o secretário-geral das Nações Unidas afirmou que é interesse dele nas discussões que têm com o Governo da RD Congo e com o Conselho de Segurança que os criminosos e autores dos crimes sejam punidos. Os funcionários da ONU Michael Sharp e Zaida Catalán foram mortos em março durante uma missão de trabalho em Kassai, no país africano.

Photo Credit
António Guterres em coletiva de imprensa na sede da ONU, em Nova Iorque. Foto: ONU/Mark Garten