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Cepal: Brasil liderou investimento estrangeiro direto em 2016

Cepal: Brasil liderou investimento estrangeiro direto em 2016

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Relatório da Cepal diz que apesar da recessão, país obteve 47% do total de pouco mais de US$ 167 bilhões; México ficou em segundo lugar, seguido por Colômbia e Chile.

Edgard Júnior, da ONU News em Nova Iorque.

A Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe, Cepal, afirmou que o total de investimento direto estrangeiro, IED, na região chegou a US$ 167,04 bilhões em 2016. O resultado representou uma queda de quase 8% em relação ao ano anterior e de 17% se comparado a 2011.

O relatório da agência da ONU, divulgado esta quinta-feira, em Santiago, no Chile, mostrou que esses resultados são explicados pelos preços baixos das matérias-primas e seu impacto nos investimentos direcionados para o setor de recursos naturais.

Brasil

Além disso, existe o lento crescimento da atividade econômica em várias economias e pelo cenário global de sofisticação tecnológica e expansão da economia digital. Para 2017, a Cepal prevê nova queda nos IEDs, de aproximadamente 5%.

Do Chile, em entrevista à ONU News, o especialista em Assuntos Econômicos da Cepal, Wilson Peres, falou sobre as razões dessa queda.

“A queda se explica por isso: pela caída dos preços dos commodities, o mercado interno muito fraco, sobretudo nas maiores economias da região, a incerteza sobre o futuro das plataformas de explortação, que eu acho que ficará mais claro assim que o Nafta seja renegociado, e depois o fato de que a América Latina não está num bom momento em relação aos ativos estratégicos.”

O relatório mostrou ainda que apesar da recessão, o Brasil foi o país que mais recebeu esse tipo de investimento, 47% do total, no ano passado.

O índice brasileiro revela um aumento dos IEDs de mais de 5% em relação a 2015, totalizando US$ 78,9 bilhões. Em segundo lugar ficou o México, com investimentos na casa dos US$ 32,1 bilhões, com uma queda de 7,9%.

Na sequência estão Colômbia e Chile. Já na América Central, especificamente, o melhor resultado ficou com o Panamá seguido pela Costa Rica. No Caribe aparecem a República Dominicana e a Jamaica, na subregião.

Países investidores

No caso dos países investidores, não houve diversificação, Estados Unidos e da União Europeia são responsáveis por 73% do total do IEDs.

Segundo a Cepal, a China é responsável por somente 1,1% do investimento estrangeiro direto na região em 2016, dado que subestimaria a presença dos capitais chineses nos países da América Latina e do Caribe.

As saídas de IED a partir dos países da América Latina e do Caribe diminuíram 50% até chegar aos US$ 24,6 bilhões.

O relatório mostra a evolução do setor automobilístico no México. Por causa dos investimentos estrangeiros diretos, o país ocupa agora a sétima posição entre os maiores produtores de veículos e o quarto exportador global.

A chefe da Cepal, Alicia Bárcena, afirmou que “o investimento estrangeiro direto tem sido fator importante para o desenvolvimento das atividades exportadoras, essenciais para o crescimento da região”.

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Photo Credit
Foto: Banco Mundial/Simone D. McCourtie