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ONU pede ação mundial para proteger vítimas de tráfico humano

ONU pede ação mundial para proteger vítimas de tráfico humano

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Chefe do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime afirmou que “os conflitos são a fonte para as atividades criminosas”; Yury Fedotov disse que as pessoas forçadas a fugir de suas casas “se tornam presas” de traficantes.

Edgard Júnior, da ONU News em Nova Iorque.

A ONU quer uma ação global da comunidade internacional para ajudar e proteger as vítimas de tráfico humano e acabar de uma vez com esse tipo de crime.

Segundo as Nações Unidas, “os grupos criminosos se alimentam da instabilidade criada por conflitos”. Como se fosse um elo entre guerras, o tráfico e o contrabando de migrantes se tornaram mais conhecidos do público em geral.

Violência

O chefe do Escritório sobre Drogas e Crime, Unodc, Yury Fedotov, afirmou que “os conflitos são a fonte para as atividades criminosas”. Ele explicou que as “pessoas forçadas a fugir de suas casas se tornam presas para os traficantes no momento em que tentam desesperadamente escapar da violência”.

Fedotov disse que na Síria, por exemplo, desde o início da guerra em 2011, houve um aumento do número de mulheres e crianças traficadas para países da Europa, Ásia e Oriente Médio.

Os comentários do chefe do Unodc foram feitos para marcar o Dia Mundial Contra o Tráfico de Pessoas, neste domingo, 27 de julho.

Coração Azul

Pensando na defesa das pessoas vítimas desse tipo de crime, a ONU está promovendo um fundo especial para ajudar esse grupo, além da campanha “Coração Azul”, que está sendo adotada no mundo inteiro.

O tráfico humano é uma prática onde as pessoas são tomadas pela força, por fraude ou enganadas com o objetivo de exploração sexual ou de trabalho forçado.

O contrabando de migrantes também é considerado uma parte desse crime. As vítimas do tráfico humano são usadas não só em exploração sexual ou pornografia, mas também para remoção de órgãos, mendicância ou criminalidade forçadas, entre outros.

Segundo o Unodc, todos os países são afetados por esta prática, seja como ponto de origem, trânsito ou destino das vítimas. As mulheres e crianças representam 71% do total de vítimas e as crianças, sozinhas, quase 30%.

Em setembro, a Assembleia Geral da ONU vai discutir o problema numa sessão especial que vai servir de preparação para o Pacto Global sobre migração que deve estar pronto e deve ser adotado em 2018.

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