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Milhares de civis permanecem presos em Raqa, na Síria

Milhares de civis permanecem presos em Raqa, na Síria

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Secretária-geral assistente falou ao Conselho de Segurança nesta quinta-feira; Ursula Mueller afirmou que a ONU e parceiros estão prontos a fornecer apoio à cidade assim que as condições de acesso e segurança permitam.

Laura Gelbert Delgado, da ONU News em Nova Iorque.*

O Conselho de Segurança das Nações Unidas ouviu nesta quinta-feira um informe sobre a situação humanitária na Síria. Até 50 mil civis permanecem presos na cidade de Raqa.

De Amã, na Jordânia, a secretária-geral assistente da ONU para Assuntos Humanitários, Ursula Mueller, falou sobre sua visita ao campo de refugiados de Azraq, o segundo maior do país. Cerca de 35 mil refugiados sírios vivem no local, muitos há anos e a maioria mulheres e crianças. Cerca de 25% vieram da cidade de Alepo.

Impressões

A vice-chefe do Escritório da ONU para Coordenação de Assuntos Humanitários, Ocha, disse que sua visita a deixou com muitas impressões.

Em primeiro lugar, ela citou a “generosidade e hospitalidade da Jordânia e outros países vizinhos” que estão abrigando refugiados.  Mueller  também ressaltou o “tremendo trabalho de organizações humanitárias cujos programas permitem que famílias não apenas sobrevivam, mas levem vidas dignas, mesmo nas circunstâncias mais difíceis”.

A secretária-geral assistente declarou, acima de tudo, ter ficado inspirada por “esperança e força incríveis” das pessoas que encontrou apesar das terríveis circunstâncias a que foram forçadas. Ela afirmou que a mensagem que recebeu dos refugiados foi clara e a passou ao Conselho: o que eles mais querem é que o conflito acabe e que possam voltar pra casa quando for seguro.

Redução da violência

A vice-chefe do Ocha disse ao Conselho que, embora a violência continue diminuindo em algumas áreas desde um acordo em 4 de maio, a situação humanitária e de proteção permanece extremamente difícil para civis em muitas partes do país.

Ela mencionou a retomada de operações militares na área sitiada do leste de Ghouta, na área rural de Damasco, e no bairro de Jobar na capital síria.

Ursula Mueller afirmou que a ONU e parceiros estão dando assistência aos deslocados e estão prontos a fornecer apoio à cidade de Raqa, assim que as condições de acesso e segurança permitam. Ela afirmou que até 50 mil civis permanecem presos na cidade.

Saúde

A situação de saúde, especialmente a escassez de serviços de trauma, é uma grande preocupação para a secretária-geral assistente, devido à intensidade dos combates.

Ela afirmou que a ONU continua trabalhando no terreno para garantir que assistência médica esteja disponível para os que precisam, mas que muito mais precisa ser feito.

Antes do encontro sobre a Síria, o Conselho de Segurança passou uma resolução estendendo o mandato da Missão da ONU em Chipre até 31 de janeiro do ano que vem.

*Apresentação: Michelle Alves de Lima.

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A secretária-geral assistente da ONU para Assuntos Humanitários, Ursula Mueller, fala ao Conselho de Segurança. Foto: ONU/Eskinder Debebe