Chefe da agência da ONU pediu ao governo australiano que acabe com os centros de processamento de migrantes localizados em várias regiões do Pacífico.

Edgard Júnior, da ONU News em Nova Iorque.

O chefe da agência da ONU para Refugiados, Acnur, Filippo Grandi, pediu à Austrália que ponha um fim à política de imigração do país.

Grandi quer que o governo australiano acabe com os centros de processamento de refugiados e migrantes que causam “sofrimento extensivo” a pessoas que buscam refúgio no país.

Inaceitáveis

Em Nova Iorque, o vice-porta-voz do secretário-geral da ONU, Farhan Haq, citou o chefe do Acnur dizendo que nos últimos quatro anos, desde que os centros de processamento foram implementados em Papua Nova Guiné e Nauru, cerca de 2 mil pessoas estão vivendo em “circunstâncias inaceitáveis”.

O Acnur cita ainda “danos físicos e psicológicos” aos migrantes e refugiados mantidos nesses centros, para onde são enviadas todas as pessoas que tentam entrar na Austrália pelo mar, sem um visto de entrada válido.

Em novembro, Grandi lembrou que dada a precária situação humanitária desses refugiados, que inclui a separação de famílias, o Escritório do Alto Comissariado da ONU concordou em ajudar no realojamento dessas pessoas para os Estados Unidos.

Entendimento

Segundo ele, houve também um “entendimento” de que os migrantes com familiares na Austrália receberiam permissão para entrar no país. Mas o chefe do Acnur explicou que o governo australiano acabou se recusando a aceitar os refugiados.

Para evitar um prolongamento desse processo, a agência da ONU não teve outra opção a não ser endossar a transferência de todos os refugiados em Papua Nova Guiné e Nauru para os Estados Unidos.