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Economias emergentes são vitais para futuro do trabalho no setor automóvel

Economias emergentes são vitais para futuro do trabalho no setor automóvel

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Em estudo da Organização Internacional do Trabalho, OIT, especialistas destacam transformação ocorrendo em países desenvolvidos em em desenvolvimento.

Monica Grayley, da ONU News em Nova Iorque.*

A indústria automóvel está a passar por uma transformação provocada pela globalização e pela chamada desglobalização, o processo de redução da interdependência e da integração entre certas unidades de produção à volta do mundo.

Segundo um estudo da OIT, a presença das economias emergentes, que representava 25% de toda a produção mundial de automóveis no início dos anos 2000 mais do que duplicou em 2015.

Países emergentes

O crescimento da indústria ocorreu em países emergentes como a China, que em 2000 produzia 4 milhões de carros e hoje coloca 30 milhões de veículos no mercado.

O autor do estudo da OIT, Tommaso Pardi, afirma que tudo que acontece na China é estratégico para a indústria automóvel. Mas outros países como o Brasil e a Índia também têm parques automóveis importantes, e geralmente comandados por empresas estrangeiras como europeias ou americanas.

Pardi afirma que o trabalhador de empresas automóveis tem melhores condições e padrões de produção, mas os tipos de contratos variam de temporários a permanentes. Segundo ele, existe ainda muita pressão regulatória para tornar a indústria mais verde e sustentável. Os carros continuam sendo os vilões das mudanças climáticas.

Tecnologia

A OIT afirma que os carros tradicionais precisam de tecnologia mais sofisticada, geralmente encontrada nos países do Ocidente. Mas para veículos elétricos, é possível usar baterias que podem ser fabricadas em países emergentes e a custo baixo.

Para o especialista é preciso introduzir políticas que liderem essas mudanças. Um outro desafio á a chamada digitalização da produção. Para Pardi, ainda há poucas expectativas para a automação da indústria automóvel.

Nos últimos 15 anos, a automação da montagem, por exemplo, foi reduzida por causa da flexibilização da força de trabalho no gerenciamento de operações complexas e da grande variedade de produtos e partes.

O autor do estudo diz que não acredita que a digitalização tenha um efeito maciço no emprego pela próxima década.

*Apresentação: Denise Costa.

Photo Credit
Foto: ONU/Curt Carnemark