Conflito e instabilidade aumentam muito custo de assistência alimentar
Alerta é do Programa Mundial de Alimentos, PMA; agência da ONU afirmou que seus custos subiram mais de 140% em um período de sete anos.
Laura Gelbert Delgado, da ONU News em Nova Iorque.
Um novo relatório global mostra como a assistência alimentar salva vidas durante crises humanitárias enquanto, ao mesmo tempo, combate as causas da fome.
No entanto, o documento também destaca os enormes custos ligados ao acesso humanitário ruim, instabilidade e sistemas alimentares ineficientes num momento de carências crescentes em meio a emergências complexas ao redor do mundo.
Altos custos
Por exemplo, o Programa Mundial de Alimentos, PMA, a maior agência internacional de assistência alimentar, viu seus custos subirem mais de 140% em um período de sete anos, de US$ 2,2 bilhões em 2009 para US$ 5,3 bilhões em 2015.
A agência gasta 70% do seu orçamento com regiões, onde há emergências alimentares: África Central e Oriental e Oriente Médio e Norte da África.
Desafios
O relatório conclui que a melhora no acesso humanitário poderia reduzir os custos do PMA em quase US$ 1 bilhão por ano.
Se os cerca de 80 países, onde a agência opera fossem capazes de lidar melhor com choques climáticos, políticos ou econômicos, outros US$ 2,2 bilhões poderiam ser economizados a cada ano.
Além disso, se os sistemas alimentares, as redes responsáveis pela produção de comida, processamento e entrega às pessoas que precisam, pudessem ser melhorados nesses países, outros US$ 440 milhões poderiam ser economizados a cada ano.
Soluções
Segundo o relatório, se soluções ou melhorias a esses desafios fossem encontradas, a economia de custos do PMA poderia chegar a US$ 3,5 bilhões ao ano.
Para o chefe da agência da ONU, David Beasley, “mais do que qualquer outra coisa, o mundo precisa acordar e acabar com essas guerras e conflitos para que para que progresso real possa ser feito para acabar com a fome”.
Beasley lembrou que cerca de “800 milhões de pessoas, ou uma em cada nove no mundo, vai dormir de estômago vazio”. Ele ressaltou que conflitos feitos pelo homem e outras questões dificultam a ajuda aos que mais precisam.
O chefe do PMA defendeu que “reduzir esses obstáculos facilitaria o caminho para soluções de longo prazo”.
Notícias Relacionadas:
PMA alerta para escassez de recursos na Etiópia
Situação alimentar pode regredir sem apoio urgente aos centro-africanos
Conferência da FAO alerta para aumento da fome no mundo
Resposta humanitária diminuiu situação de fome no Sudão do Sul