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Desde 2005, mundo reduziu quase pela metade mortes por HIV/Aids

Desde 2005, mundo reduziu quase pela metade mortes por HIV/Aids

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Programa Conjunto da ONU Sobre HIV/Aids, Unaids, celebra também acesso de 53% dos pacientes aos medicamentos; entre os países lusófonos, Moçambique baixou novas infeções em quase 40%; Brasil segue sucesso no combate à epidemia.

Eleutério Guevane, da ONU News em Nova Iorque.*

Um novo relatório do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids revela uma queda de quase 50% no número de mortes pela doença. Em 2005, 1,9 milhão perderam a  vida para a epidemia. No ano passado: 1 milhão.

Mais da metade dos 36,7 milhões de soropositivos estavam em tratamento contra o vírus em 2016. Isso representa 53% de pacientes tomando antiretrovirais e com uma “expectativa de vida quase normal”.

Baixar a guarda

A ONU News conversou com o vice-diretor executivo do Unaids, Luiz Loures, em Nova Iorque, que disse que os progressos não devem servir para baixar a guarda no combate ao vírus.

“Com a decisão política, com o envolvimento de comunidades e com os recursos necessários, cada vez mais nós estamos convencidos que nós podemos chegar ao fim da epidemia. Nesse novo relatório, a boa notícia é em relação ao avanço espetacular no tratamento. O número de pessoas tratadas hoje no mundo é quase de 20 milhões, o que nos dá sem dúvida a esperança. Nós estamos no ritmo para se alcançar a meta em 2020, de ter 30 milhões de pessoas em tratamento e a partir daí chegarmos a 2030 com essa epidemia sobre controle.”

Moçambique

O documento indica que a África lidera o caminho na redução de novas infecções por HIV ao baixar em cerca de 30% desde 2010. Desde esse período, Malauí, Moçambique, Uganda e Zimbábue reduziram as novas infecções em quase 40%.

De acordo com o relatório Fim da Aids: Avanços em direção às metas 90-90-90 o tratamento inadequado causou um aumento acentuado de mortes no norte da África, no Oriente Médio, na Ásia e na Europa Oriental.

Progressos

De acordo com o documento a  expectativa de vida aumentou em 10 anos na última década.  Luiz Loures destacou o exemplo do  Brasil para outras regiões após ter sido pioneiro nos sucessos de combate à epidemia.

Jovens

“Como quase todos os países, fora da África e mesmo no continente, existe o desafio das novas infeções entre jovens. Mas essa é uma tendência mundial que tanto na África, no Brasil, na Europa como nos Estados Unidos merece atenção especial. Se eu vejo hoje a epidemia do Sida entre jovens, eu diria que é mais global do que nunca. Nós estamos observando um risco acentuado em relação à epidemia entre jovens em todos os países do mundo independente se eles estão no norte ou no sul.”

Com os objetivos 90-90-90 as Nações Unidas pretendem que 90% das pessoas com HIV sejam diagnosticadas, 90% destas recebam a terapia e que desse grupo 90% de pessoas tenham a infecção suprimida até 2020.

Atualmente o desempenho alcançado é de  70%, 77% e 82% nessas áreas.

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Photo Credit
Pacientes soropositivos de um hospital em Tamale, Gana. Foto: Banco Mundial/Jonathan Ernst (arquivo)