ONU pede ação coordenada para travar “aumento de abusos” na RD Congo
Chefe das Operações de Paz quer melhores condições para sucesso da transição e do processo eleitoral; Jean-Piere Lacroix fala de “níveis perturbadores" de violência após visitar províncias de Kassai Central e Oriental.
Eleutério Guevane, da ONU News em Nova Iorque.*
As Nações Unidas querem uma resposta internacional concertada ao “impasse político, aumento da insegurança e agravamento da situação humanitária e de direitos humanos na República Democrática do Congo”, RD Congo.
Esta terça-feira, o subsecretário-geral para as Operações de Paz pediu ajuda aos parceiros do país para criar condições para uma transição bem-sucedida e “eleições livres, justas e inclusivas”. O pleito está previsto para este ano.
Violência
No Conselho de Segurança, Jean-Piere Lacroix descreveu o que ocorre na região de Kassai onde mesmo com esforços para proteger civis, “continuam a ocorrer violações e abusos dos direitos humanos”.
Para o representante, a violência nas províncias de Kassai Central e Oriental chegou a “níveis perturbadores".
Esforços
Lacroix mencionou que relatos de violações e abusos dos direitos humanos continuam a ser recebidos diariamente. Ele revelou informações sobre dezenas de valas comuns descobertas com “esforços lentos” nas investigações nacionais.
Recentemente um tribunal militar em Mbuji Mayi condenou sete oficiais do exército congolês envolvidos no assassinato de civis na área de Mwanza Lomba. O chefe das operações de Paz disse tratar-se de “um pequeno passo, mas encorajador, na direção certa”.
O relatório também menciona um aumento preocupante da violência interétnica e regista casos de execuções sumárias e violações cometidas por membros das forças de segurança.
Estabilidade
A missão da ONU na RD Congo, Monusco, enviou o seu pessoal para área onde ajuda a restaurar a estabilidade monitorizando os direitos humanos, as questões políticas e outras medidas.
Lacroix revelou que na sua recente visita à RD Congo sublinhou a necessidade de se levar à justiça os responsáveis pelo assassinato de dois investigadores das Nações Unidas em Kassai no início deste ano.
*Apresentação: Denise Costa.