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Brasil otimista com aprovação de acordo para proibir armas nucleares

Brasil otimista com aprovação de acordo para proibir armas nucleares

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Negociador-chefe do país, Guilherme Patriota, falou à ONU News que o Brasil é um país-chave no desarmamento nuclear; ele disse que é preocupante ver que o mundo continua enfrentando a proliferação.

Edgard Júnior, da ONU News em Nova Iorque.

O embaixador do Brasil, Guilherme Patriota, está otimista com a possibilidade da aprovação de um acordo global que permita a eliminação das armas nucleares.

Patriota é o negociador-chefe do Brasil no processo para se alcançar um tratado de proibição e eliminação de armas nucleares. Em entrevista à ONU News, ele falou sobre sua expectativa em relação ao documento.

Contexto favorável

“Acho que hoje a gente tem um contexto favorável para que saia um tratado. O tratado vai focar na proibição, o que a gente chama de vazio jurídico que ainda existe nesta área. Nós temos tratados que proíbem armas químicas, nós temos tratados que proíbem armas biológicas, outras armas que são moralmente consideradas inaceitáveis como as minas terrestres. Mas nós nunca tivemos um tratado que proibisse claramente a posse e o uso, ou até eventualmente a ameaça de uso, de uma arma nuclear. Então, esse é o objetivo imediato e eu acho que há uma possibilidade de se alcançá-lo.”

Guilherme Patriota falou também sobre a importância do tratado e da posição do Brasil neste contexto.

“É muito importante porque o Brasil é um país-chave no desarmamento nuclear ao ter decidido, primeiramente pela nossa constituição de 1988, que nós renunciaríamos a qualquer uso não pacífico da energia nuclear. Para países que tomam essa decisão, é preocupante ver que o mundo continua a enfrentar proliferação, seja novos atores que não subscreveram os instrumentos dos quais nós participamos, que é o Tratado de Não proliferação Nuclear, seja os países nuclearmente armados, os P5, que são os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas, que continuam com seus arsenais.”

O embaixador afirmou que os Estados-membros têm até a primeira semana de julho para chegarem a um consenso.

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Nuvem causada por teste nuclear conduzido pelos EUA nas Ilhas Marshall em 1952. Foto: Governo dos Estados Unidos