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Guterres: “ONU faz trabalho extraordinário em resposta humanitária”

Guterres: “ONU faz trabalho extraordinário em resposta humanitária”

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Durante coletiva de imprensa na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque, secretário-geral afirmou que organização está ativa para resolver conflitos e crises humanitárias; em defesa dos direitos dos refugiados, António Guterres fez cinco apelos à comunidade internacional.

Edgard Júnior, da ONU News em Nova Iorque.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, defendeu o trabalho das Nações Unidas nas áreas humanitária e de conflito durante coletiva de imprensa, esta terça-feira, na sede da organização, em Nova Iorque.

Falando em inglês a jornalistas, Guterres afirmou que a ONU está fazendo um trabalho extraordinário na resposta humanitária em relação a situações potenciais de fome.

Síria

Ele disse ainda que tanto na resposta humanitária quanto em outras crises e conflitos, a organização tem estado bem ativa. O secretário-geral citou, por exemplo, a guerra na Síria, onde a ONU tem uma participação intensa para tentar resolver o conflito que já dura mais de seis anos.

Apesar desse esforço, o chefe da ONU disse que isso não quer dizer que os problemas sejam fáceis de serem resolvidos.

Segundo ele, “num mundo onde os poderes das relações não são claros e a impunidade tende a predominar, o que se vê é a capacidade de prevenção e resolução de conflito não só da comunidade internacional, mas também da ONU, severamente limitada”.

A crise global de migração foi o tema principal da coletiva. Guterres disse que os refugiados “não são terroristas, são as primeiras vítimas do terrorismo”.

Apelos

O chefe da ONU fez cinco apelos à comunidade internacional em defesa dos direitos dos refugiados no mundo.

O secretário-geral pediu para que os Estados-membros restabeleçam o regime internacional de proteção aos refugiados. Segundo ele, os países devem reconhecer que não há uma solução humanitária para o problema dos refugiados.

Para Guterres, a solução é política e está relacionada à solução dos conflitos que geram refugiados. O terceiro apelo é sobre o apoio financeiro, que “a grosso modo” atingiu apenas 50% do que foi pedido.

Assista ao vídeo da coletiva de imprensa na íntegra:

O chefe da ONU pediu mais solidariedade e ajuda dos países desenvolvidos em relação aos em desenvolvimento, que são os que mais recebem refugiados.

E por último, ele pediu aos países ricos que aumentem as cotas estipuladas para receber mais migrantes.

Guterres afirmou que o “debate sobre imigração se tornou irracional no mundo”. Segundo o secretário-geral, em muitas regiões a migração é um elemento necessário para restabelecer várias formas de equilíbrio na sociedade e na economia globais”.

Ameaça

Ao comentar sobre a crise política e diplomática envolvendo o Catar e vários países da região, António Guterres disse que o problema deve ser resolvido pelas nações da região.

Ele expressou preocupação com a situação e disse apoiar os esforços de mediação feitos pelo Kuwait.

No caso da ameaça nuclear, o chefe da ONU explicou que não iniciou nenhum caso de mediação com a Coreia do Norte. Na sua opinião, é importante deixar o Conselho de Segurança avançar junto com os seis países que fazem parte do processo de negociação.

O grupo, chamado P5+1, inclui os cinco membros permanentes do Conselho: China, Estados Unidos, França, Reino Unido e Rússia mais a Alemanha.

Guterres disse que “não houve progresso sobre desarmamento nuclear recentemente”.

Ele acredita ser possível unir dois fatores importantes para avançar de forma positiva, um deles é a não proliferação e o outro é o desarmamento progressivo. Ele afirmou que se isso for alcançado, “será mais seguro para todos”.

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Photo Credit
António Guterres durante coletiva de imprensa em Nova Iorque. Foto: ONU/Evan Schneider