Unodc: Grupos criminosos aumentam a sua capacidade com novas tecnologias
Chefe da agência especializada ao combate de drogas e crime diz haver “número cada vez maior de desafios com cada vez menos recursos”; debate especial abordou crime organizado transnacional.
Eleutério Guevane, da ONU News em Nova Iorque.
A Assembleia Geral das Nações Unidas realizou esta segunda-feira um debate sobre crime organizado transnacional.
No evento, o diretor-geral do Escritório da ONU sobre Drogas e Crime, Unodc, Yuri Fedotov, disse que grupos criminosos aumentam a sua capacidade com novas tecnologias daí o seu pedido por empenho para que não se baixe a guarda.
Criminosos
Para o chefe do Unodc, nada é inevitável ou invencível em relação ao crime transnacional organizado. Ele apelou ao envolvimento de todas as instituições para derrotar os criminosos e proteger os indefesos.
O pronunciamento de Fedotov cita os perigos do tipo de ações criminais à segurança, ao desenvolvimento e à saúde das sociedades motivados pelo lucro.
Como exemplo, ele mencionou o “aproveitamento de migrantes em desespero” pelas redes criminosas, o “tráfico e a exploração de pessoas vulneráveis” aliado à destruição irreparável do património cultural.
O chefe do Unodc declarou que criminosos e terroristas saqueiam sítios históricos e tesouros arqueológicos e usam os recursos da venda para financiar atos de terrorismo.
Terrorismo
Para Fedotov, “as novas tecnologias de informação e comunicação são exploradas para fins nefastos”, aumentam a capacidade criminal dos grupos tradicionais de crime organizado, dos narcotraficantes e dos terroristas.
Um outro desafio de momento são os ataques cibernéticos que “prejudicam cidadãos comuns e empresas, colocando em grande risco as infraestruturas e serviços vitais.”
Quanto à escrita secreta, a criptografia, ele considerou que esta vem sendo usada para “branquear atividades criminais”, num momento em que a lei procura manter o seu ritmo.
Após mencionar que há crescente relação entre crime organizado e terrorismo, o chefe da Unodc lembrou que a “comunidade internacional lida com um número cada vez maior de desafios com cada vez menos recursos”.