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FAO: 37 países precisam de assistência externa para obter alimentos

FAO: 37 países precisam de assistência externa para obter alimentos

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A maioria das nações é da África, incluindo Moçambique; conflitos civis continuam sendo o principal motivo da insegurança alimentar; Brasil e Argentina ajudam a impulsionar a produção mundial de cereais.

Leda Letra, da ONU News em Nova Iorque.

A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO, divulgou um relatório esta sexta-feira destacando que 37 países* precisam de ajuda externa para obter alimentos.

A maioria, 28 nações, é da África, incluindo Moçambique, Etiópia, Quênia, Mali e Nigéria. Outras nações que estão na lista são Afeganistão, Coreia do Norte, Síria e Iêmen, onde 17 milhões precisam de assistência para comer.

Conflitos e clima

Conflitos civis continuam sendo o principal fator da insegurança alimentar, colocando populações em risco de fome em países como Sudão do Sul. Já na Somália, a dificuldade de obter alimentos está associada a eventos extremos do clima.

O diretor-geral da FAO, José Graziano da Silva, esteve em Nova Iorque e falou com a ONU News sobre as condições difíceis dos africanos.

Milho

“Nós estamos trabalhando especialmente na África, porque é aí onde se concentra a crise maior da insegurança alimentar do mundo. A faz está fazendo, junto com o PMA (Programa Mundial de Alimentos), trabalhando de uma forma complementar para ajudar os agricultores, os pastores, os pescadores dessas regiões. 80% da população atingida hoje nas áreas de conflito na África são esses três: agricultores, pastores e pescadores.”

Segundo a FAO, 5,5 milhões de pessoas sofrem de insegurança alimentar severa no Sudão do Sul, onde os preços do milho e do sorgo estão quatro vezes mais altos do que em abril de 2016.

Brasil

Por outro lado, a produção mundial de cereais está atingindo níveis recordes, sendo que Brasil e Argentina são os países que devem ter as maiores colheitas. No sul da África, a produção regional deve subir 45% na comparação com 2016, quando as plantações foram afetadas pelo El Niño.

A FAO acredita que isso deverá ajudar a reduzir os níveis de insegurança alimentar no Lesoto, Malauí, Moçambique, Suazilândia e Zimbábue.

Mas segundo a agência, os preços domésticos dos cereais no leste da África atingiram níveis excepcionalmente altos em maio. O preço do milho subiu cerca de 65% em áreas do Quênia, Tanzânia e Uganda.

*Os 37 países que precisam de assistência externa são: Afeganistão, Burkina Fasso, Burundi, Camarões, Chade, Congo, Coreia do Norte, Dibouti, Eritreia, Etiópia, Guiné, Haiti, Iêmen ,Iraque, Lesoto, Libéria, Líbia, Madagáscar, Malauí, Mali, Mauritânia, Moçambique, Mianmar, Níger, Nigéria, Paquistão, Quênia, República Centro-Africana, República Democrática do Congo, Serra Leoa, Somália, Sudão do Sul, Sudão, Suazilândia, Síria, Uganda e Zimbábue.

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Foto: Unicef/Rich