Para Guterres, fim da ocupação é único meio de garantir direitos dos palestinos
Decisão de Israel de ocupar territórios completa 50 anos, “alimentando ciclos de violência”, segundo o chefe da ONU; António Guterres pede retomada de negociações diretas.
Leda Letra, da ONU News em Nova Iorque.
O secretário-geral da ONU declarou, nesta segunda-feira, que a ocupação israelense impôs ao povo palestino “um enorme peso humanitário e de desenvolvimento”. António Guterres lembra que 5 de junho marca os “50 anos do início da guerra árabe-israelense de 1967”.
Como resultado, Cisjordânia, Jerusalém Oriental, Gaza e Golã, na Síria permanecem sob ocupação. O chefe da ONU lamenta ainda que “centenas de milhares de palestinos e sírios” ficaram desalojados nas últimas cinco décadas.
Sonhos
Muitos vivem em campos para refugiados e enfrentam a pobreza. Segundo António Guterres, a ocupação “alimentou ciclos recorrentes de violência”, além de enviar aos palestinos uma clara mensagem de que o sonho deles, de ter um Estado, está destinado a ser apenas um sonho.
Na avaliação de Guterres, a ocupação envia aos israelenses a mensagem de que seu desejo por paz, segurança e reconhecimento regional é inatingível.
Direitos
O secretário-geral defende o fim da ocupação e uma solução negociada de dois Estados como “a única maneira de conseguir uma paz duradoura que vá de encontro às necessidades de segurança de Israel e às aspirações palestinas por soberania”.
Para Guterres, acabar com a ocupação “é a única maneira de garantir os direitos do povo palestino”. Ele pede o fim da construção de assentamentos, da violência, das provocações e das atividades militares em Gaza.
Dois Estados
O chefe da ONU acredita que agora é a hora de serem retomadas as negociações diretas, com base em resoluções da ONU e da lei internacional. É hora também “de acabar com o conflito, estabelecendo um Estado palestino independente, vivendo em paz e em segurança ao lado de Israel”.
António Guterres lembrou que em 14 de maio de 1948, nascia o Estado de Israel. Mas quase sete décadas depois, “o mundo ainda espera o nascimento de um Estado palestino independente”.
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