“Ataques a hospitais são grande desprezo pela lei internacional”
Afirmação foi feita ao Conselho de Segurança pelo secretário-geral das Nações Unidas; António Guterres lamenta que apesar de esforços, civis continuam sofrendo com o peso dos conflitos que ocorrem no mundo.
Leda Letra, da ONU News em Nova Iorque.
O secretário-geral da ONU declarou nesta quinta-feira que “ataques a hospitais e equipes médicas são sintomas de um grande desprezo pela lei internacional”. António Guterres participou de um encontro sobre o assunto organizado pelo Conselho de Segurança, em Nova York.
Ele lamentou que apesar dos esforços da ONU, os “civis continuam enfrentando o peso dos conflitos” que ocorrem pelo mundo.
Sofrimento
O chefe da ONU lembrou que “estupros, sequestros, tráfico humano, escravidão sexual e casamentos forçados contribuem para um sofrimento desproporcional de mulheres e meninas” nos países em conflito.
Apesar do Conselho de Segurança ter tomado decisões no ano passado pedindo medidas dos países pela melhoria da proteção de equipes médicas e humanitárias, Guterres lamentou que pouca coisa tenha mudado na prática.
Sem respeito
Ele citou um dado da Organização Mundial da Saúde, que mostra que ataques contra hospitais e médicos aconteceram em pelo menos 20 países afetados por confrontos no ano passado.
Para Guterres, esses ataques são uma evidência de uma tendência maior: “lados em conflito estão tratando hospitais e clínicas de saúde como alvos, ao invés de respeitarem esses locais como santuários”.
Na Síria, foram mais de 400 ações violentas documentadas contra centros médicos desde que o conflito começou. No Iêmen, 15 pessoas morreram quando um hospital foi atingido por um ataque aéreo, isso meses após a adoção de uma resolução do Conselho de Segurança condenando esse tipo de ação.
Prioridade máxima
No Sudão do Sul, menos de 50% dos centros de saúde estão funcionando após anos de conflito.
António Guterres citou três prioridades: garantir maior respeito pela lei internacional de direitos humanos; reforçar a proteção de equipes médicas e humanitárias e prevenir deslocamentos forçados, encontrando soluções duradouras para refugiados e desalojados.
O chefe da ONU garantiu que prevenir e acabar com conflitos é sua prioridade número um. Guterres pediu aos países-membros do Conselho que façam o mesmo, para o “bem de milhões de civis que estão sofrendo”.
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