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Agência da ONU para refugiados reforça resposta à crise humanitária na Líbia

Agência da ONU para refugiados reforça resposta à crise humanitária na Líbia

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Chefe do Acnur, Filippo Grandi, visitou centros de detenção em Trípoli e se disse “chocado com as difíceis condições em que refugiados e migrantes são mantidos”; cerca de 300 mil líbios foram desalojados pelo conflito em curso.

Laura Gelbert Delgado, da ONU News em Nova Iorque.*

Conflito, insegurança, instabilidade política e uma economia em colapso contribuíram para a piora da crise humanitária na Líbia, o que levou a Agência da ONU para Refugiados, Acnur, a anunciar planos para aumentar sua presença e programas no país.

O chefe do Acnur, Filippo Grandi, esteve em Trípoli na segunda-feira e visitou alguns dos centros de detenção da nação do Norte de África. Grandi afirmou ter ficado “chocado com as difíceis condições em que refugiados e migrantes são mantidos”, geralmente devido à falta de recursos.

Ajuda urgente

Cerca de 300 mil líbios foram desalojados pelo conflito em curso. No total, mais de 1,3 milhão de pessoas, incluindo deslocados internos, líbios em situação vulnerável, migrantes, refugiados e solicitantes de asilo, precisam urgentemente de assistência humanitária.

De acordo com o Acnur, centenas de milhares de pessoas no país norte-africano foram afetadas pelo colapso da lei e da ordem, pouca assistência de saúde e falta ou escassez de medicamentos, comida, água limpa, abrigo e educação.

Em resposta à situação, a agência da ONU está aumentando suas operações humanitárias e fortalecendo a cooperação com a Organização Internacional para Migrações, OIM, para alavancar os pontos fortes de ambas as agências da ONU.

Grandi afirmou que não se pode “subestimar os desafios de operar em um ambiente instável e volátil como a Líbia atual”.

Mar

Além de novos escritórios e centros de desenvolvimento comunitário para refugiados e solicitantes de asilo, o Acnur também está a aumentar sua presença em locais de desembarque para pessoas resgatadas ou interceptadas no mar.

As ações são realizadas em cooperação com a OIM e outros parceiros. A Líbia continua a ser o principal ponto de partida para refugiados e migrantes a tentar chegar na Europa.

Ao mesmo tempo, acesso e assistência humanitária a refugiados e solicitantes de asilo em situação vulnerável em centros de dentenção do governo serão aumentados.

Libertação

As ação serão concentradas em atividades humanitárias vitais e defesa da libertação de refugiados e solicitantes de asilo detidos.

No último um ano e meio, o Acnur conseguiu assegurar a libertação de mais de 800 refugiados e solicitantes de asilo em situação de fragilidade e está a tentar encontrar soluções duradouras para eles.

A agência também vai aumentar seus programas para ajudar deslocados internos líbios e comunidades que os abrigam e que precisam de melhor acesso a serviços básicos que pioraram muito devido à crise.

*Apresentação: Leda Letra.

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Prédios destruídos na cidade de Sirte, Líbia. Foto: Unicef/Giovanni Diffidenti