Cerca de 700 mil pessoas abandonaram suas casas desde o início, em outubro, das operações militares contra os terroristas do Isil; muitas famílias ficam sem comida, água potável ou medicamentos por semanas ou até meses.

Leda Letra, da ONU em Nova Iorque. 

A coordenadora humanitária da ONU no Iraque declarou, esta quinta-feira, que um “número massivo de pessoas” deixou a cidade de Mossul desde outubro. Cerca de 700 mil civis abandonaram suas casas nos últimos meses devido às operações militares para retomar a cidade das mãos dos terroristas do Isil.

Segundo Lise Grande, é possível que mais 200 mil pessoas tornem-se deslocadas internas nas próximas semanas com a intensificação das operações militares.

Sem alimentação

As forças de segurança iraquianas conseguiram avançar no noroeste de Mossul e os terroristas do Isil estão cercados na zona oeste da cidade. A representante da ONU explica que em meio ao conflito pesado, muitas famílias deixam suas casas sem nenhum tipo de apoio.

Lise Grande destaca que muitos deslocados precisam de comida e não têm tido acesso à água potável ou medicamentos por “semanas ou meses”. Os acampamentos na região de Mossul estão abrigando 326 mil pessoas e tem espaço para receber mais 42 mil.

Abrigos

A coordenadora humanitária da ONU informa que outros campos para deslocados estão centro construídos próximos à cidade iraquiana, que fica na região norte do país. A ideia é que tenham capacidade para 39 mil civis.

Segundo ela, se muitas famílias iraquianas não tivessem aberto suas portas para receber os deslocados, a situação nos acampamentos já estaria fora do controle faz tempo.

As operações humanitárias das Nações Unidas no Iraque tem o custo de US$ 985 milhões, mas até agora, a organização só recebeu 30% de financiamento.

*Com reportagem de Daniel Johnson, da ONU News em Genebra. 

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