Zeid alarmado com violência na República Centro-Africana
Chefe de Direitos Humanos citou aumento dos ataques de grupos armados contra a população civil em várias partes do país; alto comissário da ONU falou ainda sobre ataques aos capacetes azuis.
Edgard Júnior, da ONU News em Nova Iorque.
O chefe do Escritório de Direitos Humanos da ONU, Zeid Al Hussein, afirmou que está “alarmado” com o aumento dos ataques realizados por grupos armados contra civis na República Centro-Africana.
Em comunicado divulgado esta terça-feira pela porta-voz, Ravina Shamdasani, Zeid citou também ações contra os capacetes azuis das Nações Unidas no sul do país.
Confrontos
O alto comissário disse que no fim de semana, na cidade de Bangassou, homens armados atacaram a base da Missão de Paz da ONU no país, Minusca. Eles realizaram ações ainda contra uma comunidade muçulmana de Tokoyo.
Vários civis foram assassinados e outros feridos. Até o momento, não se sabe o número total de vítimas. Um soldado de paz foi morto e outro ferido no ataque.
Zeid afirmou que na região de Alindao, também no sul do país, confrontos entre integrantes da milícia anti-Balaka e de um grupo chamado “União pela Paz em África Central”, aliado ao grupo Seleka, causou a morte de 56 civis.
Segundo a Minusca, entre março e maio deste ano, mais de 121 civis foram mortos, como também seis capacetes azuis. Esses dados não incluem os números deste último fim de semana.
O alto comissário da ONU afirmou que muitas das áreas atacadas nos últimos três meses não tinham sido afetadas, até agora, pela violência e pela insegurança.
Tensões
Zeid está preocupado com o fato da violência e das tensões estarem a se espalhar por regiões do país que estavam livres desses problemas.
Ele explicou que o ressurgimento da violência tem um impacto sério e direto sobre as organizações humanitárias. No primeiro trimestre deste ano, foram registados 45 ataques a operações humanitárias tornando a República Centro-Africana num dos países de maior risco para se levar ajuda.
Metade da população do país depende de assistência, 20% dos centro-africanos estão deslocados.
Zeid Al-Hussein condenou a violência e os abusos de direitos humanos, incluindo os assassinatos de capacetes azuis.
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