Metade dos menores não recebeu todas as vacinas ou nasceu de mães que tiveram poucos cuidados pré-natais e no parto; Unicef revela que um em cada cinco menores de idade anda mais de meia hora para ter água.

Eleutério Guevane, da ONU News em Nova Iorque.

Uma em cada quatro crianças da região do Médio Oriente e Norte de África  continua a sentir o impacto da pobreza. Um estudo lançado esta segunda-feira revela haver pelo menos 29 milhões de menores de idade a viver nessa situação.

A avaliação a 11 países destaca que as crianças estão privadas de no mínimo duas ou mais necessidades básicas para viver. Essas condições incluem educação básica, moradia digna, alimentação nutritiva, cuidados de saúde de qualidade, água potável, saneamento e acesso à informação.

Cuidados

O Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, realça que a pobreza infantil “tem a ver com muito mais do que a renda familiar destacando o acesso à educação de qualidade, aos cuidados de saúde, a uma casa e à água potável”.

Para o diretor regional da agência no Médio Oriente e Norte de África, Geert Cappelaere, quando as crianças são privadas de princípios básicos estão em risco de ficar presas a um círculo vicioso da pobreza.

Na Conferência Regional sobre a Pobreza Infantil em Rabat, no Marrocos, o representante disse haver um progresso significativo em baixar a pobreza na maioria dos países mas que o número de crianças na situação continua alto.

Motores da igualdade

Os países afetados por conflitos recuam nos ganhos obtidos nas últimas décadas, revela o estudo que menciona a falta de acesso à educação como um dos principais motores de desigualdade e de pobreza infantil.

Quase metade dos menores da região vive em casas inadequadas “com mau piso ou superlotadas”. A mesma proporção foi vacinada ou nasceu de mãe que não recebeu cuidados pré-natais ou assistência suficiente no nascimento.

Crianças de famílias chefiadas por um membro sem instrução são duas vezes mais propensas a viver na pobreza. Um quarto dos menores de idades entre cinco e 17 anos não estuda ou tem um atraso de duas classes.

Uma em cada cinco crianças é obrigada a andar mais de 30 minutos em busca de água ou consome água imprópria. Mais de um terço delas vive em casas sem água corrente na região.

Como maior desafio, o Unicef  destaca que os países devem melhorar a medição do impacto da pobreza sobre as crianças e tomar medidas coletivas para reduzir a pobreza.

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