OMS alerta o mundo para evitar ciclo de fome e doenças na Somália
Mais 50 mil casos de cólera até o fim de junho com possíveis inundações; agência revela que mais de 3,3 milhões de pessoas passam fome; cólera matou 690 pessoas em 2017.
Eleutério Guevane, da ONU News em Nova Iorque.
A Organização Mundial da Saúde, OMS, disse que se a atual situação de fome continuar pode criar um ciclo devastador de falta de alimentos e doenças na Somália.
A preocupação da agência é com a escassez crónica de fundos para operações essenciais de resposta à seca. O fenómeno destruiu plantações e o gado, deixando mais de 3,3 milhões de pessoas a passar fome.
Cólera
A OMS declara neste momento a saúde piora e as pessoas tornam-se vulneráveis à infeção. A seca provocou a falta de água potável e a cólera que matou 690 pessoas dos 36 mil casos diagnosticados este ano.
Com o início das chuvas espera-se que as inundações aumentem os casos para 50 mil até o final de junho.
Casos notificados
Os casos de sarampo também estão a subir e cerca de 6,5 mil foram notificados este ano. Pelo menos 71% dos pacientes registados eram crianças com menos de cinco anos.
A OMS disse que o mundo não deve assistir uma catástrofe, após a história ter demonstrado “terríveis consequências da falta de ação”. Em 2011, mais de 250 mil somalis perderam a vida, metades dos quais eram menores.
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