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Angola acolhe mais de 11 mil congoleses que fogem da violência interétnica

Angola acolhe mais de 11 mil congoleses que fogem da violência interétnica

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Mais de 100 mil pessoas fugiram das províncias de Kasai na semana passada; Ocha fala de 6,4 mil pessoas que abandonam as suas casas por dia na RD Congo.

Eleutério Guevane, da ONU News em Nova Iorque.

Angola acolhe mais de 11 mil pessoas que entraram no país devido ao agravamento da violência na região de Kasai, na República Democrática do Congo, RD Congo.

O chefe das operações em território congolês do Escritório da ONU para Assuntos Humanitários, Ocha, Rein Paulsen, fez a atualização esta segunda-feira em Genebra.

Violência

As Nações Unidas estimam que 1,9 milhão de crianças menores de cinco anos estão gravemente desnutridas, num momento em que aumentam ataques que têm motivação étnica.

Rein Paulsen disse ter havido  um aumento de 2 milhões de civis deslocados pelo conflito nos últimos 15 meses. No total 3,7 milhões de congoleses abandonaram as suas áreas de origem.

Nas cinco províncias do Kasai, houve um aumento de 100 mil pessoas somente na última semana. O representante considera “chocante e dramático” que ocorram 6,4 mil deslocados por dia no país.

Característica dominante

Em Genebra, o Ocha pretende acelerar a coleta de fundos para prestar maior resposta humanitária. Rein disse que o mundo deve preocupar-se com a violência e com o conflito interétnico que agora são a “característica dominante” em Kasai.

A violência teve início em agosto passado com a morte de um chefe da comunidade  Kamuina Nsapu.  Mas o responsável disse que a situação tornou-se mais complexa.

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Segundo ele, há agora vários movimentos Kamuina Nsapu com a fragmentação da milícia. Ele contou que agências humanitárias recebem mais informações de fricções entre vários outros grupos éticos.

O Ocha pede mais atenção ao país onde a situação da malnutrição infantil “pode causar mais mortes com o alastramento da violência por outras partes da RD Congo.”

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Nas cinco províncias do Kasai, houve um aumento de 100 mil pessoas somente na última semana. Foto: Acnur/Adronico Marcos Lucamba