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Chefe do PMA visita Líbano e Síria e apela a doadores por apoio contínuo

Chefe do PMA visita Líbano e Síria e apela a doadores por apoio contínuo

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Em entrevista à ONU News, de Beirute, David Beasley falou sobre “pressões, sofrimento e fome de milhões de pessoas”; agência fornece ajuda alimentar a cerca de 4,7 milhões nos dois países.

Laura Gelbert Delgado, da ONU News em Nova Iorque.

O diretor-executivo do Programa Mundial de Alimentos, PMA, David Beasley, concluiu nesta quarta-feira uma visita de três dias ao Líbano e à Síria, onde pôde ver necessidades crescentes e teve reuniões para discutir operações humanitárias em ambos os países.

Em sua primeira visita às operações do PMA, desde que assumiu o posto no mês passado, Beasley encontrou-se com famílias sírias refugiadas no Vale do Becá e em Beirute e conheceu mulheres e crianças deslocadas em um centro do PMA para distribuição de comida em Damasco.

Pressões e ajuda

Por telefone, em entrevista à ONU News, de Beirute, Beasley expressou sua emoção ao ver as pressões, sofrimento e fome de milhões de pessoas deslocadas na Síria e também as pressões enfrentadas pelos libaneses e seu governo.

Beasley viu em primeira mão as operações do PMA tanto no Líbano quanto na Síria, visitando armazéns, centros de distribuição de comida em Damasco e assentamentos improvisados onde centenas de milhares de refugiados sírios vivem no país vizinho.

Na Síria, a agência da ONU fornece assistência alimentar a mais de 4 milhões de pessoas por mês através de entregas regulares, entre fronteiras e aéreas.

No Líbano, quase 700 mil refugiados sírios recebem a ajuda por meio de um sistema de cupons eletrônicos. A cada mês, os cartões são carregados com US$ 27 por pessoa e podem ser usados para comprar alimentos frescos em qualquer uma das 480 lojas contratadas pelo PMA no país.

Luta e resiliência

Em comunicado, o chefe do PMA falou das histórias de “luta e resiliência” de muitos sírios que conheceu e que estão vivendo longe de seus casas e parentes.

Ele destacou que essas famílias foram “separadas”, mas a agência da ONU e seus parceiros estão fazendo tudo o que podem para fornecer o melhor, apesar das dificuldades.

Doações

Beasley também esteve em supermercados contratados pela agência onde refugiados recebem mensalmente cupons eletrônicos para alimentação.

O chefe do PMA afirmou, no entanto, que a agência continua a depender do apoio vital de países doadores, especialmente Alemanha, Canadá e Estados Unidos, para ajudar as pessoas a colocarem “comida na mesa para suas famílias”.

Acesso

Durante a visita, Beasley fez um apelo por acesso humanitário regular, irrestrito e contínuo para entregar comida a pessoas em áreas sitiadas ou de difícil acesso na Síria. Ele também elogiou o Líbano por sua generosidade em abrigar mais de um milhão de refugiados sírios.

Ele defendeu que o sofrimento de milhões de sírios só será aliviado quando for alcançada uma “solução política viável” que permita que as famílias retornem para suas casas, reconstruam suas vidas e reestabeleçam seus meios de subsistência.

Desde o início do conflito na Síria, o PMA tem estado na linha de frente no país, no Líbano e em toda a região fornecendo assistência alimentar vital a milhões de pessoas enfrentando pobreza e fome.

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O diretor executivo do PMA, David Beasley (ao centro), e o diretor regional Muhannad Hadi (à esq.), conversam com Nagwan,uma mulher de 73 anos que foi deslocada de sua casa na Síria. Foto: PMA/Abeer Etefa