Aiea acredita que Coreia do Norte está progredindo em seu programa nuclear
Afirmação foi feita pelo chefe da agência da ONU na abertura de reunião preparatória para o TNP, em Viena; Yukiya Amano afirmou também que o Irã está sujeito ao regime de verificação nuclear mais robusto do mundo.
Laura Gelbert Delgado, da ONU News em Nova Iorque.*
Começou nesta terça-feira, em Viena, a reunião da comissão preparatória para a Conferência de Revisão do Tratato de Não Proliferação de Armas Nucleares, TNP, que será realizada em 2020.
O TNP é um tratado internacional que entrou em vigor em 1970. Entre seus objetivos estão evitar a proliferação de armas nucleares, promover a cooperação no uso pacífico de energia nuclear e alcançar o desarmamento nuclear.
Coreia do Norte
O chefe da Aiea afirmou que permanece “profundamente preocupado” com o programa nuclear da Coreia do Norte. O país declarou sua saída do TNP em 2003 e os inspetores da agência tiveram de deixar o país em 2009.
Segundo Yukiya Amano, “todas as evidências indicam que a Coreia do Norte está progredindo em seu programa atômico”.
Ele disse que a Aiea continua trabalhando muito para coletar e avaliar informações relacionadas ao programa nuclear do país, incluindo monitoramento de imagens de satélite e dados relacionados ao comércio.
O chefe da Aiea deixou claro que sem acesso direto a locais importantes, a agência da ONU não tem condições de confirmar se as instalações nucleares norte-coreanas estão funcionando.
Ele pediu ao governo de Pyongyang que cumpra com suas obrigações de acordo com as resoluções do Conselho de Segurança e coopere com a agência na implementação do acordo de salvaguardas do TNP e resolva as questões pendentes.
Yukiya Amano declarou que os inspetores da Aiea estão prontos para retornar ao país se forem autorizados.
Irã
Em 2015, a Aiea ajudou a comunidade internacional a alcançar o acordo entre o Irã e o grupo de países conhecido como P5+1, que inclui China, Estados Unidos, França, Reino Unido e Rússia, todos membros permanentes do Conselho de Segurança, mais a Alemanha e também a União Europeia.
O acordo ficou conhecido como Plano de Ação Conjunto Integrado, Jcpoa, pela sigla em inglês. Desde a implementação do documento, em janeiro de 2016, a Aiea tem verificado e monitorado a implementação dos compromissos nucleares iranianos, segundo o acordo.
Amano afirmou que atualmente, o Irã está sujeito ao regime de verificação nuclear mais robusto do mundo. Os inspetores ampliaram o acesso às usinas atômicas e têm mais informações sobre o programa nuclear iraniano.
Segundo Amano, o programa atualmente é menor do que antes da implementação do Plano de Ação Conjunto.
Síria
Em relação à implementação das salvaguardas na Síria, o chefe da Aiea disse que não houve grandes avanços desde a última conferência de revisão.
Para ele, é muito provável que o prédio destruído em Dair Alzour em 2007, abrigava um reator nuclear que deveria ter sido declarado à agência da ONU pelas autoridades sírias.
Amano reforçou apelo para que a Síria coopere totalmente com a Aiea em relação às questões não resolvidas.
Proteção
No encontro, o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica, Aiea, Yukiya Amano, declarou que segurança nuclear é uma responsabilidade nacional, mas lembrou que o órgão serve como um fórum internacional de cooperação na área.
Amano ressaltou que as salvaguardas da agência são um “componente fundamental do regime de não-proliferação” e têm um papel indispensável na implementação do TNP.
Ele afirmou que a Aiea envia inspetores para verificar se os países estão cumprindo com seus acordos na área, usando tecnologia avançada que os permite detectar o desvio de material nuclear para o uso em armas ou outros explosivos.
Yukiya Amano fez um apelo aos Estados signatários do TNP que não têm armas nucleares que concluam acordos abrangentes de proteção com a agência. Ele também quer que os países que ainda não o fizeram, que concluam e implementem protocolos adicionais o mais rápido possível.
*Apresentação: Edgard Júnior.
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