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Em clima de missão cumprida, ONU encerra operação de paz na Côte d’Ivoire

Em clima de missão cumprida, ONU encerra operação de paz na Côte d’Ivoire

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Unoci ficou 13 anos no país, a ajudar a reestabelecer a paz e a estabilidade; Missão da ONU fecha sua porta a 30 de junho, vista como uma operação de paz de sucesso na África Ocidental.

Leda Letra, da ONU News em Nova Iorque.

Depois de 13 anos, as Nações Unidas estão a completar sua operação de paz na Côte d’Ivoire, conhecida como Unoci. A missão fecha sua porta a 30 de junho tendo completado com sucesso suas atividades no país da África Ocidental.

Segundo a organização, a segurança melhorou na nação conhecida como Costa do Marfim. Houve também ampliação da autoridade de Estado, inauguração de serviços públicos, reforço das instituições democráticas, progresso na reforma do sector de segurança e desenvolvimento económico.

Cessar-Fogo

Os componentes militares e civis da Unoci tiveram papel essencial no país, especialmente na proteção dos civis, na monitorização do cessar-fogo e no apoio ao governo nos assuntos de desarmamento e reintegração de antigos combatentes.

A missão é chefiada pelo representante especial do secretário-geral da Costa do Marfim, Aïchatou Mindaoudou. A Unoci está em processo de passar à equipa local da ONU as tarefas necessárias para garantir que os ganhos alcançados sejam mantidos.

Em 2004, o país ficou dividido por uma guerra civil. Devido à falta de autoridade do Estado, o Conselho de Segurança aprovou a resolução 1528, a estabelecer a Unoci por um período inicial de 12 meses.

Eleições

Uma das primeiras funções da Missão da ONU na Côte d’Ivoire foi monitorizar e apoiar o acordo de paz assinado pelas partes no ano anterior.

Em 2010, o país voltou à guerra civil, quando o presidente Laurent Gbagbo se recusou a sair do poder, após perder as eleições para Alassane Ouattara. Durante o período de conflitos intensos, a Unoci continuou a proteger civis, enquanto a própria missão tornou-se alvo dos combates.

Diálogo

Gbagbo eventualmente saiu do poder e Ouattara tomou posse como presidente em maio de 2011, mas antes, 3 mil pessoas já haviam sido mortas na violência do período pós-eleitoral e 30 mil civis tornaram-se refugiados.

A Unoci falicitou o diálogo político inclusivo, que resultou em duas eleições presidenciais e legislativas em 2011 e 2016, além de um referendo.

A Missão também reforçou a Comissão Nacional de Direitos Humanos, o que ajudou a diminuir as violações de direitos humanos no país e contribuiu para o desarmamento e a reintegração na sociedade de 70 mil combatentes.

Photo Credit
Oficiais da Unoci conduzem operação de desarmamento, desmobilização e reintegração com ex-combatentes em Abidjan, em fevereiro de 2012. Foto: ONU/Hien Macline (arquivo)