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Venezuela: especialistas condenam censura, prisões e ataques a jornalistas

Venezuela: especialistas condenam censura, prisões e ataques a jornalistas

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Dois relatores da ONU e da Comissão Interamericana de Direitos Humanos se posicionaram contra “detenção, ataques e discriminação de jornalistas e trabalhadores da imprensa cobrindo recentes protestos no país”; segundo relatos, pelo menos 12 jornalistas venezuelanos e internacionais foram detidos.

Laura Gelbert Delgado, da ONU News em Nova Iorque.

Dois especialistas em liberdade de expressão das Nações Unidas e da Comissão Interamericana de Direitos Humanos condenaram nesta quarta-feira a prática de “censura” e “bloqueio de informação tanto na mídia tradicional quanto na internet” na Venezuela.

Os relatores também se posicionaram contra “detenção, ataques e discriminação a jornalistas e trabalhadores da imprensa cobrindo os recentes protestos no país”.

Liberdade de expressão

Em comunicado, David Kaye e Edison Lanza fizeram um apelo ao governo que “liberte imediatamente todos os que foram detidos por seu trabalho jornalístico e pelo exercício de sua liberdade de expressão”.

Em agosto do ano passado, os especialistas expressaram sua preocupação com “medidas que aumentaram consideravelmente a pressão contra a imprensa e limitavam sua habilidade de operar de forma independente”.

De acordo com relatos, pelo menos 12 jornalistas venezuelanos e internacionais foram detidos após os últimos eventos. Eles foram soltos após terem ficado presos por horas ou, em alguns casos, dias.

Bloqueio

Os relatores também destacaram o caso do jornalista Bráulio Jatar, que continua detido desde setembro de 2016, após ter distribuído um vídeo que mostra pessoas protestando contra o presidente Nicolás Maduro em Isla de Margarita, no leste do país.

Segundo o Escritório de Direitos Humanos da ONU, diversas fontes de informação relataram que pelo menos três plataformas online de notícias foram bloqueadas por provedores privados de internet, após ordens da Comissão Nacional de Telecomunicações, Conatel.

A decisão teria sido tomada devido à cobertura de protestos contra o governo em diversos locais do país que a mídia tradicional havia decidido não cobrir.

Após estes eventos, novos “atos de censura” teriam ocorrido, segundo o Escritório, citando medidas que afetaram canais de televisão como CNN, TN, da Argentina, e El Tiempo e NTN 24 da Colômbia.

*David Kaye, relator especial das Nações Unidas sobre a promoção e proteção do direito à Liberdade de opinião e expressão.

*Edison Lanza, relator especial para liberdade de expressão da Comissão Interamericana de Direitos Humanos.

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