ONU afirma que cooperação internacional ainda é necessária para lidar com consequências na região de 155 mil km2 entre Belarus, Ucrânia e Rússia; cerca de 8,4 milhões de pessoas foram atingidas pela radiação.

Edgard Júnior, da ONU News em Nova Iorque.

Há 31 anos ocorria o acidente nuclear de Chernobyl. Em dezembro de 2016, a Assembleia Geral das Nações Unidas adotou resolução designando 26 de abril como o Dia Internacional de Lembrança do Desastre de Chernobyl.

A explosão da usina atômica da cidade em 1986 espalhou material radioativo por uma área de 155 mil km2, envolvendo Belarus, Ucrânia e Rússia.

Cooperação

No documento, a ONU cita a “necessidade de fortalecer a cooperação internacional para estudar, mitigar e minimizar as consequências do desastre”.

Além disso, os Estados-membros reconhecem que mais de três décadas depois do acidente nuclear ainda persistem consequências sérias de longo prazo.

Cerca de 8,4 milhões de pessoas foram afetadas pela radiação nuclear, inclusive 600 mil que faziam parte dos combates ao incêndio causado pela explosão e das operações de limpeza.

Césio-137

As áreas agrícolas, de aproximadamente 52 mil km2, foram contaminadas com césio-137 e o estrôncio-90. Mais de 400 mil pessoas foram realojadas em outras áreas, mas milhões continuaram vivendo em locais onde a exposição à radiação causou uma série de efeitos adversos.

Os esforços da ONU para ajudar na recuperação da região começaram em 1990 quando a Assembleia Geral aprovou resolução pedindo cooperação internacional para lidar com o problema.

Desde o desastre nuclear, programas e agências das Nações Unidas juntos com organizações não-governamentais, lançaram mais de 230 projetos de pesquisa e assistência nas áreas de saúde, segurança nuclear, meio ambiente, produção de alimentos e informação.

Num evento realizado na sede das Nações Unidas em Nova Iorque, esta quarta-feira, a Missão Permanente de Belarus junto com outros parceiros realizaram uma mesa-redonda para discutir o assunto.

Os participantes querem identificar e mitigar as consequências de longo-prazo do desastre nuclear de Chernobyl.

Recordando

O Brasil também sofreu um acidente radioativo com césio-137, na cidade de Goiânia, em 1987, quando catadores de papel buscavam sucata numa clínica de saúde abandonada.

Eles encontraram uma placa de chumbo que continha a substância. O material era usado em tratamentos de radioterapia.

Segundo dados da imprensa local, 104 pessoas morreram por causa dos efeitos da radiação e 1,6 mil foram contaminadas.