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Conferência da OMS termina com progressos e doações recorde

Conferência da OMS termina com progressos e doações recorde

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Reunião sobre Doenças Tropicais Negligenciadas chegou ao fim neste sábado em Genebra com otimismo para combater essas enfermidades, especialmente na África; US$ 812 milhões prometidos para financiar projetos e programas de saúde.

Edgard Júnior, da ONU News em Genebra.

A Conferência sobre Doenças Tropicais Negligenciadas, DTNs, terminou este sábado em Genebra cercada de muito otimismo para alcançar as metas de eliminação até 2020, estabelecidas pela Organização Mundial da Saúde, OMS.

As promessas de doações e financiamentos para lidar com o problema atingiram o recorde de US$ 812 milhões. Com a cooperação da OMS-África, muitos países estão mais capacitados para combater essas doenças.

Avanços

Em entrevista à ONU News em Genebra, a diretora do Departamento de Doenças Transmissíveis da agência da ONU no continente africano, Magda Robalo, falou sobre os avanços obtidos na última década nessa área.

“Eu penso que esta segunda reunião mundial de parceiros que trabalham com Doenças Tropicais Negligenciadas é um passo gigante no combate a estas doenças. Há 10 anos muitos poucos doadores investiam na luta contra essas doenças. Estar naquela sala e ter um número importante de pessoas que pela voz, pela capacidade financeira e pelo peso enquanto líderes mundiais fazem uma grande diferença. As contribuições que foram anunciadas vão fazer uma diferença enorme."

Progressos

Especialistas reunidos no encontro citaram progressos significativos alcançados no combate a várias DTNs, como por exemplo, a doença do sono, causada pela mosca tsé-tsé, muto comum na África, particularmente Angola e Moçambique.

As duas nações de língua portuguesa estão caminhando para a erradicação da doença nos próximos três anos. Entre 2000 e 2015, os casos da doença caíram mais de 90%.

O encontro mencionou também avanços em Cabo Verde e em Guiné-Bissau. Em Cabo-Verde, as únicas DTNs registradas no país são as doenças causadas por parasitas intestinais e na Guiné-Bissau, foram registrados progressos marcantes nos últimos 10 anos.

No Brasil, o país avança na luta contra a hanseníase, que deve ser eliminada até 2020, seguindo a meta da OMS.

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Criança com leishmaniose. Foto: OMS
Comunicado

No comunicado final, os participantes reafirmaram os compromissos adotados na Declaração de Londres, firmada há cinco anos e se comprometeram a não deixar ninguém para trás na luta contra as DTNs.

Governos, organizações internacionais e não-governamentais, indústria farmacêutica e doadores disseram que continuarão apoiando os esforços para combater o problema.

Eles querem colocar as doenças tropicais negligenciadas como parte das prioridades de desenvolvimento e sistemas nacionais, assim como criar uma colaboração entre todos os setores.

Um dos pontos mais importantes do encontro promovido pela OMS é fazer com que todos os países, organizações e indústria cooperem para fortalecer os sistemas de saúde nacionais.

Segundo os especialistas, sem um sistema de saúde forte será mais difícil combater as DTNs.

Estimativas

Pelas estimativas feitas pela ONG Unindo para Combater as DTNs, se as metas da OMS para 2020 forem alcançadas haverá um ganho de US$ 623 bilhões em produtividade no período entre 2011 e 2030.

Além disso, os benefícios de saúde durante o mesmo período vão chegar a 600 milhões de anos de vida sem sequelas de pessoas que deixarão de contrair essas doenças.

A próxima Conferência sobre Doenças Tropicais Negligenciadas vai acontecer em 2020, em Buenos Aires, na Argentina.

*Em parceria com o Escritório da OMS para África.

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Photo Credit
Participantes na conferência sobre DTNs em Genebra. Foto: ONU News.