Banco Mundial: crescimento económico no Quénia deve cair em 2017
Avanço deve desacelerar para 5,5%, meio ponto percentual abaixo da projeção de 2016; órgão cita fatores como seca atual e desaceleração no crescimento de crédito para o setor privado.
Laura Gelbert Delgado, da ONU News em Nova Iorque.
O crescimento do Produto Interno Bruto, PIB, do Quénia deve desacelerar para 5,5%, meio ponto percentual abaixo da projeção de 2016, de acordo com a atualização económica do Banco Mundial para o país.
Para a diretora do órgão na nação africana, Diarietou Gaye, “mais uma vez, o crescimento económico no Quénia foi sólido em 2016”, cerca de 5,9%. Segundo a representante, a “performance foi apoiada por um ambiente macroeconómico estável, preços baixos de petróleo, colheitas precoces favoráveis, recuperação no turismo, forte fluxo de remessas e ambicioso investimento público”.
Seca
No entanto, Gaye alertou que o Quénia está atualmente enfrentando “ventos contrários que provavelmente reduzirão o crescimento do PIB em 2017”.
Em primeiro lugar, o Banco Mundial cita a seca atual, que levou a prejuízos nas colheitas, morte de rebanhos e aumento da insegurança alimentar.
Além disso, com a energia elétrica sendo a fonte mais barata no país, poucas chuvas aumentam os custos de energia, a afetar também outros setores.
O aumento nos preços de comida e energia levou a um aumento na inflação para o valor mais alto em cinco anos, 10,3% em março.
Crédito
Em segundo lugar, o Quénia enfrenta uma desaceleração no crescimento de crédito para o setor privado, o que estaria afetando o investimento privado e consumo familiar.
Depois, como importador líquido de petróleo, o aumento nos preços globais do produto, comparados com as baixas de 2016, atenua a atividade económica.
Entretanto, a médio prazo, o Banco Mundial calcula que o crescimento económico tenha uma recuperação para 5,8% em 2018 e 6,1% em 2019.
Riscos
Embora o panorama de médio e longo prazos permaneça favorável, o órgão alerta que a economia queniana permanece vulnerável a riscos de queda.
Estes incluem o “potencial para deslizamentos fiscais”, uma seca mais prolongada em 2017 e riscos externos de um crescimento mais fraco que o esperado entre parceiros comerciais do Quénia, assim como incertezas relacionadas a aumentos na taxa de juros dos Estados Unidos e um resultante dólar mais forte.
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