Sudão do Sul: mais de 10% de habitantes deixam cidade de Pajok para Uganda
Residentes da cidade falam de ataques indiscriminados; vítimas de tiros incluem velhos e crianças; grande parte dos fugitivos ainda está escondida nas matas procurando chegar ao país vizinho.
Eleutério Guevane, da ONU News em Nova Iorque.
Mais de 6 mil sul-sudaneses fugiram do seu país para o vizinho Uganda desde segunda-feira, depois de começarem os confrontos na cidade de Pajok no estado de Equatória Oriental.
Cerca de 4 mil refugiados deixaram o Sudão do Sudão de imediato, após o início das ações na área urbana com uma população de cerca de 50 mil pessoas.
Segurança
O Agência da ONU para Refugiados, Acnur, disse estar alarmada com o contínuo agravamento da situação de segurança que está a obrigar mais refugiados a fugirem em busca de segurança.
Das cidades fronteiriças de Magwi e Oboo também há relatos de combates no que a agência considera “um desenvolvimento preocupante” em relação à violência.
Testemunhas revelam que várias pessoas foram alvos de ataques indiscriminados atribuídos às Forças Armadas sul-sudanesas e dizem ter assistido familiares a ser mortos, presos ou atingidos.
De acordo com as informações, várias famílias estão a dispersar-se. Os idosos, crianças e deficientes que não podiam correr teriam sido mortos a tiro e muitos residentes de Pajok estão escondidos no mato procurando chegar ao Uganda.
Grupos Armados
Os recém-chegados falam ainda de várias casas e propriedades saqueadas e queimadas, além de estradas que estariam obstruídas por grupos armados.
No norte do Uganda, o Acnur fornece ajuda a mulheres, crianças, idosos e deficientes. A agência revelou que os refugiados precisam de ajuda humanitária urgente e imediata para ter comida, abrigo, água e cuidados médicos.
Mais de 832 mil refugiados sul-sudaneses estão no Uganda. Cerca de 192 mil chegaram em 2017 e uma média de 2 mil refugiados fogem diariamente da insegurança, da violência e da fome. Seis em cada 10 são crianças.
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