Perspectiva Global Reportagens Humanas

As mulheres têm de se afirmar e ir à luta, nada é de mão beijada”, diz deputada

As mulheres têm de se afirmar e ir à luta, nada é de mão beijada”, diz deputada

Baixar

Parlamentar da Assembleia Nacional de Angola, Ruth Mendes falou à ONU News durante participação na CSW61; segundo ela, a guerra civil em Angola ajudou a igualar homens e mulheres nos campos de batalha, o que depois foi um ponto positivo na política partidária.

Monica Grayley, da ONU News em Nova Iorque.

O aumento da participação feminina na vida pública e um planeta 50-50 são objetivos que dependem de todos, mas principalmente das mulheres.

A opinião é da deputada angolana do Mpla, o Movimento Popular para Libertação de Angola, Ruth Mendes.

Equilíbrio

Ela chefiou uma delegação de parlamentares angolanas que participaram da CSW61, a reunião da Comissão sobre o Estatuto das Mulheres, que ocorre na sede da ONU, em Nova Iorque.

Nesta entrevista à ONU News, Ruth Mendes afirmou que a guerra civil em Angola ajudou a igualar os direitos entre homens e mulheres, reforçando o equilíbrio de géneros, porque os dois lados lutaram unidos no conflito. Ela mesma conseguiu chegar ao cargo de brigadeiro das Forças Armadas.

Para Ruth Mendes, a luta de direitos das mulheres angolanas tem nos homens um dos mais fortes aliados.

Solidariedade

“Os homens angolanos valorizam muito as mulheres. Nós não temos muito... Pode haver um ou outro que tentar rebaixar ou criar barreiras em relação às mulheres. Mas de uma maneira geral, há muita solidariedade mesmo porque durante os anos de guerra, nós combatemos de igual modo com os homens. Nós somos muitas mulheres nas Forças Armadas portanto, quer dizer, há muita solidariedade.”

A deputada angolana acredita que a militância feminina nas ruas é importante, mas chegar a um cargo eletivo faz a diferença na hora de decidir as políticas públicas que afetam as mulheres diretamente.

Organizações feministas

“As mulheres têm, de facto, que se afirmar. Têm que ir à luta. Também não nos é dado de mãos beijadas, não. Nós chegamos e estamos a chegar aonde estamos a chegar, a nível de Angola, porque, de facto, há muita luta neste sentido. Nós temos organizações femininas muito fortes. O grande desafio é ir para a luta e não esperar que alguém nos resolva os problemas porque isso não vai acontecer nunca.”

A deputada angolana Ruth Mendes durante a participação na CSW 61, que termina em 24 de março. A reunião deste ano está a tratar dos desafios das mulheres no mercado de trabalho.

Mais notícias:

Lei do trabalho em Angola protege e promove direitos das mulheres

ONU apoia brochura com dados sobre população feminina em Cabo Verde

Photo Credit
Foto: Banco Mundial