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Sudão do Sul: crise de refugiados “cresce mais rápido” no mundo

Sudão do Sul: crise de refugiados “cresce mais rápido” no mundo

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Acnur revela que março atingiu o pico de 5 mil pessoas num só dia; média de 2,8 mil sul-sudaneses pede abrigo a cada 24 horas em nações vizinhas; sobrelotação e chuvas pioram miséria em locais de acolhimento no Uganda.

Eleutério Guevane, da ONU News em Nova Iorque.

O número de sul-sudaneses que fugiram para os países vizinhos este março atingiu o pico de 5 mil pessoas num só dia.

O Alto Comissariado das Nações Unidas para o Refugiados, Acnur, chamou a atenção dos países para o que considera como “crise dos refugiados que cresce mais rápido” no mundo.

Média diária 

A agência revelou esta sexta-feira, em Genebra, que apesar de a quantidade ter sido a mais alta deste mês a média diária é de cerca de 2,8 mil chegadas.

O Acnur sublinha que até bem recentemente, as novas chegadas por dia eram de cerca de 2 mil pessoas. Em fevereiro, o total atingiu 6 mil sul-sudaneses.

Quase metade dos recém-chegados atravessou a fronteira para o Uganda, que enfrenta uma situação crítica no norte. As instalações de trânsito para os recém-chegados estão a ficar sobrelotadas e as chuvas recentes agravam a miséria.

Combates 

A situação ocorre oito meses após a erupção da mais recente onda de violência entre o governo e grupos da oposição no Sudão do Sul. Mas a outra razão para as fugas é a fome causada pela seca.

De acordo com o Acnur, o número de sul-sudaneses na região chega a 1,6 milhões, uma taxa considerada “alarmante” numa região marcada pela pobreza e pela falta de recursos para lidar com o número de pessoas que fogem.

Os outros países de acolhimento de sul-sudaneses são Sudão, Etiópia, Quénia, Republica Democrática do Congo e República Centro-Africana.

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Região não tem recursos para lidar com  número de pessoas que fogem do Sudão do Sul. Foto: Unicef/UN027524/Ohanesian