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Pobreza e maus tratos a idosos na Namíbia preocupam especialista da ONU

Pobreza e maus tratos a idosos na Namíbia preocupam especialista da ONU

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Relatora de direitos humanos para o grupo, Rosa Kornfeld-Matte disse que abusos são pouco discutidos no país africano; informe destaca que não são aceitáveis disparidades na renda e falta de distribuição de terra.

Eleutério Guevane, da ONU News em Nova Iorque.

Os níveis de pobreza e os maus tratos sofridos por pessoas de terceira idade na Namíbia são destaques do informe da perita das Nações Unidas sobre direitos humanos dos idosos.

Rosa Kornfeld-Matte terminou esta segunda-feira uma visita ao país, onde destaca haver grande preocupação com temas como violência, abusos, maus-tratos às pessoas idosas e, em particular, às mulheres mais velhas.

Pobreza

A especialista chamou a atenção para a pouca discussão desses temas, quando entre 4% e 6% das pessoas idosas sofrem do problema “associado à pobreza” nas suas casas.

Ela defende que o governo tem a obrigação de lidar com as questões como uma prioridade e também com a desigualdade, o abuso de substâncias e a punição corporal.

De acordo com a especialista, o crescimento do grupo ficou estável em 7% desde a independência mas alerta que a população mais velha da África Subsaariana deve crescer mais rápido do que a de qualquer outra região desde 1950.

Disparidades

A perita disse estar consciente do legado do domínio colonial na Namíbia e que as atitudes quanto ao grupo não mudam num dia, mas declarou que “não são aceitáveis as disparidades na renda e da distribuição da terra no país.”

Kornfeld-Matte defende que “há muito que pode e precisa ser feito para combater a pobreza da velhice” no país.

Após elogiar um Plano de Ação do Governo da Namíbia até 2020 pelo seu “grande potencial de permitir o gozo dos direitos” do grupo, ela destacou que este prevê a proteção social e aborda áreas-chave como fome, pobreza e habitação.

Promessas

A especialista da ONU também apreciou o subsídio universal de velhice porque em muitas famílias essa é a única fonte de renda devido à epidemia de HIV/Sida.

Ela defende que apesar do impacto positivo da medida para baixar os níveis de pobreza é importante garantir que a assistência aos afetados chegue aos seus beneficiários.

A nota elogia ainda a determinação política e a visão do governo namibiano para melhorar a vida dos seus cidadãos até 2030 e proteger os seus direitos humanos e pede que as autoridades cumpram as suas promessas.

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