Nações Unidas querem, com urgência, acesso ao Sudão do Sul
Governo declarou fome em várias partes do país; coordenador humanitário destaca que população está a sofrer além da conta; para evitar catástrofe, é essencial que assistência chegue a toda a nação.
Leda Letra, da ONU News em Nova Iorque.
Uma semana após o estado da fome ter sido declarado em partes no Sudão do Sul, o coordenador humanitário da ONU no país está a fazer um apelo por acesso imediato e seguro.
Eugene Owusu declarou que a população sul-sudanesa “está a sofrer além da conta” e destacou que o estado da fome representa apenas a ponta mais extrema “do iceberg de necessidades do país”.
Ação
Para evitar uma catástrofe, o representante afirma ser imperativo que os trabalhadores humanitários consigam agir de forma rápida e robusta. Por isso, Owusu “implora a todos os lados em conflito para colocar as pessoas em primeiro lugar, fornecer acesso aos trabalhadores humanitários e proteger os civis”.
O apelo chega após uma série de eventos que prejudicaram as operações humanitárias e colocaram os civis em risco. Desde o fim de janeiro, confrontos no Alto Nilo fizeram com que milhares de pessoas fugissem de Wau Shilluk e arredores.
Violência
Em Jonglei, a violência em dias recentes causou mais deslocamentos e em meio ao caos, depósitos com itens humanitários foram saqueados por elementos armados e integrantes das comunidades.
Durante o fim de semana, a insegurança levou 28 trabalhadores humanitários a sair de uma província no estado da Unidade, que é uma das áreas afetadas pela crise de fome.
Cerca de 100 mil pessoas estão famintas no Sudão do Sul, onde o estado de fome foi declarado a 20 de fevereiro. Mais 1 milhão de pessoas correm risco de ficar sem ter o que comer.
Desde dezembro de 2013, quase 3,5 milhões de pessoas estão desalojadas, a incluir deslocados internos e refugiados. Para responder à crise sul-sudanesa, a ONU pede US$ 1,6 mil milhão neste ano.
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