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200 milhões trabalham em atividades marítimas no mundo

200 milhões trabalham em atividades marítimas no mundo

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Chefe da Organização Internacional do Trabalho em Nova Iorque diz que economia azul envolve questão ambiental e também pessoas; em entrevista à ONU News, Vinícius Pinheiro ressaltou condições de trabalho ruins em setores como transporte.

Laura Gelbert Delgado, da ONU News em Nova Iorque.

“Duzentos milhões de pessoas vivem diretamente do trabalho relacionado a atividades marítimas” nos setores de turismo, transporte e pesca, segundo o diretor da Organização Internacional do Trabalho, OIT, em Nova Iorque, Vinícius Pinheiro.

Pinheiro participou de um encontro preparatório à Conferência dos Oceanos, que será realizada em junho e, na ocasião, conversou com a ONU News.

Pessoas e meio ambiente

“E esses setores são setores em que as condições de trabalho são muito ruins, justamente porque não existe regulação, por exemplo, quem trabalha no setor de transporte em águas internacionais está num vazio jurídico em termos de proteção laboral. Então, existem muitos casos de abusos, de trabalho escravo, tráfico de pessoas, trabalho infantil, e a OIT está muito preocupada com isso. Nosso esforço é chamar a atenção que dentro da economia azul não é somente a questão ambiental que é importante, que certamente é uma questão fundamental, mas também as pessoas que estão envolvidas nas atividades marítimas.”

Pinheiro afirmou que a OIT tem estimulado a ratificação de uma série de convenções que abordam o trabalho marítimo. Ele alertou que muitos dos trabalhadores do setor “não têm nem passaporte” e quando chegam nos portos não podem desembarcar dos navios.

Pesca

O diretor da OIT em Nova Iorque destacou ainda que “grande parte do setor de pesca está na informalidade”.

Na entrevista, Pinheiro disse ainda o que a agência espera da Conferência dos Oceanos, que será realizada em junho com o tema “Nossos Oceanos, Nosso Futuro: Parcerias para a Implementação do Desenvolvimento Sustentável 14″.

Segundo ele, a OIT está envolvida na implementação deste objetivo, especialmente na meta 14.c que “promove o respeito aos marcos regulatórios e às convenções internacionais relativas aos oceanos”.

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Photo Credit
Pescadores em Moçambique. Foto: Banco Mundial/Andrea Borgarello